Acesso a creches influencia significativamente na decisão da mulher de entrar no mercado de trabalho. Afirmação que parece um tanto óbvia foi tema de análise com dados econômicos na na carta de conjuntura sobre mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Pesquisas internacionais mostram que o acesso a creches e pré-escola aumenta a participação de mulheres no emprego formal e eleva o número de horas trabalhadas pelas mulheres. E, para o Brasil, cita que eleva em oito pontos percentuais a oferta para mulheres que têm filhos. Este dado apareceu em um experimento realizado em bairros do Rio de Janeiro. O acesso a creches públicas eleva de 36% para 48% a oferta de trabalho para mulheres com filhos.
“Em 2015, as mulheres que tinham filhos na creche apresentaram uma taxa de participação de 68%, enquanto a taxa das mulheres com filhos que não estavam na creche foi de 49% (ou seja, uma diferença de significativos 19 p.p.).” - analisa o Ipea em dados do IBGE.
O levantamento mostrou ainda que as mulheres com filhos na creche trabalharam em torno de duas horas e meia a mais do que as mulheres com filhos que não estavam na creche.
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As diferenças de gênero no mercado de trabalho têm caído. Mulheres ganham mais espaço (55% para 60% entre 2001 e 2015), mesmo que os homens ainda tenham uma taxa de participação maior 91% para 88% nos 15 anos analisados.
Em relação às horas dedicadas a trabalhos domésticos, os homens mantiveram média de 11 horas semanais. Nas mulheres, caiu de 34 para 26 horas dedicadas a afazeres em casa.
Mas…
“Os gráficos 1 e 2 ainda revelam que, se o total de horas trabalhadas (trabalho remunerado no mercado mais trabalho não remunerado em afazeres domésticos) for
levado em conta, a média para as mulheres é superior à dos homens. Em 2001, o total de horas trabalhadas das mulheres era de setenta e uma horas semanais, enquanto em
2015 a jornada semanal foi de sessenta e duas horas. Para os homens, houve uma queda de cinco horas semanais ao longo do período (de cinquenta e nove horas, em 2001,
para cinquenta e quatro horas, em 2015). Portanto, em termos absolutos, as mulheres trabalhavam doze horas a mais do que os homens em 2001 e, em 2015, essa diferença
reduziu-se para oito horas.” – analisa o Ipea.
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