Minha relação com as Eurocopas começa lá em 1988, e explica a causa de minha admiração pela Holanda e seu futebol que nutro até hoje.
Ainda criança, morava em Normandia, no norte do longínquo estado de Roraima (então Território Federal). Na época, TV só por parabólica e dependendo do bom humor do operador da Telaima (a Telefônica de Roraima). Se ele quisesse ver Maguila lutando ao invés de “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida” (sim, ele fez isto), já era. Mas, por sorte, ele também queria ver a Eurocopa de 1988, disputada na Alemanha Ocidental. Sendo assim, só vi as semifinais e a decisão.
Depois da Holanda passar apertado da primeira fase (mas que incluiu uma vitória de 3×1 sobre a Inglaterra de Shilton e Lineker com três gols de Marco Van Basten), o duelo era contra a arquirrival Alemanha Ocidental.
De um lado, a empolgante Holanda de Rikjaard, Gullit, Ronald Koeman e do fenomenal Marco Van Basten. Seu treinador, o gênio tático Rinus Mitchels, o mentor do Carrossel de 1974. Do outro, a forte Alemanha (futura campeã mundial em 1990), em um time que tinha os craques Rummenigge, Matthaus, Brehme, Voller e Klinsmann.
A Alemanha Ocidental saiu na frente. Em um Volksparkstadion superlotado, Matthaus fez 1×0 aos nove do segundo tempo cobrando penalidade. Aos 29 minutos, Ronald Koeman empatou o jogo, também de pênalti. No finalzinho da partida, Van Basten pegou de carrinho e virou o jogo, 2×1 para a Holanda. Corações partidos da Alemanha, os holandeses chegavam na final. Era a vingança de 1974, quando a Laranja Mecânica perdera para os alemães na final da Copa do Mundo.
A decisão contra a então poderosa União Soviética, do goleiraço Rinat Dassajev e do excelente meia ucraniano Alexei Mikhailichenko, foi mais fácil que a semifinal. No estádio Olímpico de Munique, a Holanda saiu na frente com um golaço de cabeça de Ruud Gullit após passe, também de cabeça, de Van Basten.
No segundo tempo, o momento mágico: Van Basten recebe um cruzamento do veterano meia Arnold Muhren e marca, completamente sem ângulo, um dos gols mais “impossíveis” e bonitos da história do futebol mundial. O goleiro Hans van Breukelen ainda pega um pênalti no final e estava decidido: a Holanda é campeã da Eurocopa de 1988. A Europa era Holandesa, pois meses antes o PSV Eindhoven (de Romário), já havia se sagrado campeão europeu.
Abaixo, um especial em holandês com os grandes momentos da “Oranje” na competição. Nos minutos finais do documentário, o gol inesquecível de Marco Van Basten (estou devendo homenagem para ele aqui no Blog):
Postado por Perin, lembrando de seu herói Van Basten
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