Em 2005, o árbitro Edílson Pereira de Carvalho assume estar envolvido em esquema de manipulação de jogos. Ele tinha apitado 11 jogos, mas só três estavam envolvidos no esquema.
Porém, inexplicavelmente e contra todas as recomendações e contra declarações dele mesmo, o presidente do STJD Luiz Zveiter anula todos os 11 jogos na manhã de domingo, 1° de outubro. Ao invés de líder, o Internacional acorda em terceiro lugar, atrás do Corinthians e do Goiás.
A decisão é claramente favorável ao Corinthians, que tinha perdido dois dos jogos anulados e que seriam remarcados. E iria contra o próprio código da Justiça Desportiva.
Em caso semelhante, o árbitro Paulo Danelon, que havia apitado na Série B e também estava envolvido no escândalo de jogos manipulados, inacreditavelmente não tem os seis jogos remarcados. A decisão é definitiva, e os jogos voltam a ocorrer. Somente um jogo tem seu vencedor mantido, a vitória do Inter sobre o Coritiba. O Corinthians, que havia perdido para Santos e São Paulo, vence o primeiro e empata com o segundo, recuperando quatro pontos.
O mais incrível ocorreu no jogo Juventude x Fluminense. Edílson tinha sido pago para beneficiar o Flu, mas o Juventude venceu. Porém como todos os 11 jogos foram anulados, o Flu teve a chance de jogar de novo e acabou ganhando a partida em Caxias do Sul. Ou seja, a remarcação acabou dando exatamente o resultado exigido pelos corruptores.
O impacto é imediato no ânimo dos torcedores: no mesmo dia, um confronto generalizado ocorre em Internacional 2×2 Fluminense, e no jogo remarcado Santos x Corinthians o time da capital goleia com vários santistas sendo expulsos e o estádio interditado. O Corinthians chega a estar 11 pontos na frente do Inter, que recupera terreno até a `decisão`, antepenúltima rodada no Pacaembu, dia 20 de novembro.
Neste jogo, depois de sair perdendo para o Timão com 1 gol de Carlos Tévez, o Inter empata com Rafael Sobis. No finalzinho da partida, Tinga sofre pênalti claro de Fábio Costa mas o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marca e ainda expulsa Tinga, acusado de simular a infração. O jogo termina 1×1 e o Corinthians é campeão por três pontos. Caso os resultados originais tivessem sido mantidos, o Internacional seria campeão com um ponto de vantagem.
Depois disto, o presidente do STJD é afastado do cargo em decisão do Conselho Nacional de Justiça. O último capítulo desta história aconteceu no final do ano passado, quando o ex-presidente corinthiano Alberto Dualib afirmou, em escutas telefônicas, que o Corinthians foi campeão em 2005 por causa de um jogo roubado.
Um dos capítulos mais negros da história do futebol brasileiro. E um sentimento de revolta que marca até hoje os colorados, que secam o Corinthians tão ou mais que o eterno rival Grêmio.
De lá para cá, o Corinthians escapou do rebaixamento por pouco em 2006, caiu em 2007 e recentemente perdeu a final da Copa do Brasil para o Sport.
Postado por Perin, lamentando um momento negro do futebol
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