Os quatro clubes grandes do Rio de Janeiro seguem seu calvário financeiro. Semana passada, o Flamengo anunciou que está partindo para um patrocínio privado, acabando os 25 anos de acordo com a Petrobrás. Sem esta exclusividade, os esportes olímpicos (como natação, basquete e ginástica olímpica) poderão buscar patrocinadores separadamente do futebol.
O que sinalizaria uma manobra em busca de mais recursos, na prática é apenas uma obviedade: há 4 anos o Flamengo não tem recebido em dia o valor de 14 milhões de reais acordado com a empresa por não ter certidões negativas de débitos com o Governo Federal.
Com uma divida astronômica superior a 200 milhões de reais, o time de maior torcida do Brasil tem atrasado sistematicamente salários, pagamento de dívidas trabalhistas e fornecedores. A folha salarial tem diminuído, mas cortes drásticos devem ser feitos para manter o clube abaixo da linha do déficit mensal.
No Vasco da Gama, algo semelhante ocorre. Rebaixado à Segunda Divisão, acertou com a estatal Eletrobrás um acordo vantajoso. Porém não conseguiu ainda oficializar o compromisso por causa das dívidas federais que lhe impedem de ter as certidões negativas. O Fluminense, com grande parte de sua milionária folha salarial bancada pela `parceira` Unimed, atrasa o salário de todos os demais atletas e funcionários.
O Botafogo, clube de menor receita e muitas dívidas, tem feito milagres financeiros na gestão de Maurício Assumpção. Conseguiu acertar os 4 meses de salários atrasados com jogadores do elenco, e aos poucos quitou dívidas com os jogadores que já saíram. Ainda imerso em dívidas, o Fogão precisa desesperadamente revelar um jogador e negociá-lo, para obter divisas e tapar buraco.
A situação continua bastante complicada. Mais alguns anos serão necessários para estabilização dos clubes cariocas.
SÉRIE COMPLETA:
A falência do futebol carioca, parte I
A falência do futebol carioca, parte II – Botafogo e Flu
A falência do futebol carioca, parte III – Flamengo e Vasco da Gama
A falência do futebol carioca, parte IV – Os erros
A falência do futebol carioca, final – O futuro
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