Prédio histórico de Caxias do Sul é reformado e transformado em centro cultural
30 de setembro de 2014 0
Foto de 1937 mostra a vista do antigo Moinho da Cascata, construído à beira do arroio Tega. Foto: Acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami
O moinho do bairro Santa Catarina, em Caxias do Sul, é um desses prédios-monumentos impregnados de história como um bisavô, um nono da arquitetura. Desde a construção, no início dos anos 1900, ainda antes da I Guerra Mundial, o Moinho da Cascata está lá imponente com seus três pisos originais ao lado do arroio Tega e à beira de uma queda de
36 metros, com a vizinhança de um mato nativo e de uma recente zona industrial.
Retocada e colorida, a obra ainda preserva os ares da construção dos primeiros imigrantes italianos. A propriedade, tombada como símbolo da industrialização de Caxias do Sul, pertence à família Tondo. Em parceria com o município, a área foi transformada em um centro cultural com portas abertas ao público em manifestações artísticas e culturais.
Aí está o grande mote: desde o início do ano, o grupo de teatro UEBA Produtos Notáveis ocupa um dos andares para fazer suas artes.

Tombado pelo município, o prédio pertencia ao imigrante italiano Aristides Germani. Foto: Ulisses Geremia, Acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami
Paralelo ao festival Caxias em Cena, no início de setembro, a Mostra de Espetáculos dos 10 anos do UEBA ocorreu ali, com seis peças teatrais encenadas entre o andar superior, um espaço multiúso destinado a apresentações artísticas, e o pátio do prédio. As encenações no lado de fora são próprias para peças no formato teatro de rua. Ambas receberam grande público.
A história do Moinho da Cascata começou com o imigrante Aristides Germani, moageiro que aqui desembarcou em 1885, vindo da Itália, e se tornou um dos pioneiros da moagem do trigo no Brasil. Conta a história que a compra da área da cascata e os planos de construção ocorreram em 1891, com o objetivo de erguer um moinho a cilindro, o Moinho Ítalo-Brasileiro.
O conjunto do prédio do antigo moinho inclui a mata e a cascata. São mil metros quadrados em três andares e um típico porão construído em pedra.
Por muito tempo, o moinho ficou abandonado. Serviu por um período para ensaios de um grupo de CTG, mas o fato é que passou décadas fechado, em estado precário, sem assoalho e teto, até a revitalização. É a história de roupa nova.