O riacho nasce no Parque Saint-Hilaire e seu curso de aproximadamente 20 quilômetros entra em Porto Alegre pelos bairros Partenon, Santana e Azenha. Antigamente, percorria a Cidade Baixa e desaguava no Guaíba, já no Centro, junto à Ponte de Pedra. Em 1925, surgiram as primeiras ideias de canalizá-lo a partir da ponte da Azenha, e lançá-lo direto ao estuário. Isso só aconteceu nas décadas de 1940 e 1950, quando foi aberta a Avenida Ipiranga. Antes da canalização, o riacho, também conhecido como Arroio Dilúvio, vinha em seu traçado tortuoso pela Rua da Margem (atual João Alfredo).
A foz do Arroio Dilúvio, em imagem do início do século 20. Foto: reprodução
Próximo da foz, uma ponte de madeira foi construída e reconstruída diversas vezes, até que em 1846 começou a ser construída a Ponte de Pedra. Em março de 1948, ela já ligava as duas margens do riacho, unindo os dois lados da cidade cortados pelo arroio. No centro da foto acima, pode-se ver dois dos três arcos de sua arquitetura.
A Ponte de Pedra em janeiro de 1938. Foto: Ilme Italino Ferlauto, acervo de Renato Rosa
A Ponte de Pedra, que hoje está preservada sobre o espelho d’água de um pequeno lago artificial, é talvez a única construção identificável que ainda sobrevive naquela grande área hoje ocupada pelo Largo dos Açorianos. O litoral da Praia do Riacho era ocupado por lavadeiras e depósitos de lenha. A rua de terra veio a ser a Pantaleão Teles, e agora se chama Rua Washington Luiz. No passado, o nível normal do riacho deixava os pilares da ponte à mostra, como se constata na foto abaixo. Hoje, é como se a ponte estivesse sempre sob regime de enchente.
(fonte: Guia Histórico de Porto Alegre, de Sérgio da Costa Franco)