Depois de ser preso, ontem, em São José, o homem acusado de balear um carteiro, na semana passada, no Bairro Areias do Campeche (foto), na Capital, deu uma entrevista à Hora.

Márcio José de Oliveira Hoefling, 32 anos, assumiu o crime, mas disse que está arrependido de ter atirado contra um pai de família.
Veja, abaixo, a entrevista completa com o suspeito:
l Hora de Santa Catarina: Foi o senhor que atirou contra o carteiro, na semana passada?
l Márcio José de Oliveira Hoefling: Sim, fui eu.
l Hora: O que foi que aconteceu aquele dia?
l Márcio: Eu estava sentado em um bar, bebendo cerveja. E o meu cachorro, um cachorrinho velho, que tem mais de 15 anos, estava ali perto de mim. O carteiro passou por ali e deu um chute no cachorro, sem mais nem menos. Um cachorro que nem dente tem mais.
l Hora: Foi aí que o senhor atirou?
l Márcio: Não. Fui tirar satisfação com o carteiro. O cachorrinho, eu chamo ele de Pretinho, é um pequinês que já era velho em 2000, quando eu fui pra cadeia. Eu saí em 2008 e ele ainda tava vivo. De lá pra cá, o Pretinho foi pego por um pit bull. Gastei uns R$ 500 na recuperação dele. Eu fiquei indignado com o carteiro e fui empurrar a moto dele, mas bem de leve. Aí ele deu em mim com o capacete, na cabeça. Eu já tenho traumatismo craniano, fiquei tonto e caí.
l Hora: Vocês chegaram a discutir?
l Márcio: Perguntei porque ele tinha feito aquela covardia com um bicho que nem late mais. Aí ele veio me dizer que o cachorro não devia estar solto, que vários animais morrem atropelados em São Paulo porque ficam soltos. Ora, a gente mora num paraíso, em Floripa, não mora em São Paulo.
l Hora: Onde estava a arma que o senhor usou?
l Márcio: Estava no meu bolso. Eu já estive na cadeia, e comprei ela para me proteger. Quando sai da cadeia, a gente sofre ameaças, às vezes. Eu estava deitado no chão, tonto, quando dei um tiro pra cima. Mas só queria que ele saísse de perto de mim, que parasse de me agredir. Jamais iria querer acertar um pai de família, até porque eu também sou. E não é de um, tenho cinco filhos (começa a chorar).
l Hora: O senhor está arrependido?
l Márcio: Estou muito arrependido. Peço perdão para ele, para a família dele. Peço por tudo que ele me perdoe, eu não queria acertar o tiro. Sou homem para reconhecer o que fiz, e que foi errado. Só peço para ele também pensar no que fez.