O resultado do clássico, os 2 a 0 pró-Grêmio, deixaram nove verdades escancaradas:
1) O estilo inglês do time de Mano Menezes superou o Inter com alguma facilidade. Com duas linhas de quatro, um jogador mais recuado e um atacante solitário deixaram o Inter de Galo tonto, sem ação, sem fome de gol, mesmo atuando no Beira-Rio. O Grêmio imitou o Arsenal nos seus melhores momentos, guardada, evidentemente, a qualidade individual dos jogadores do time de Londres. Taticamente, porém, foi igual. Repetiu com Lúcio, pela esquerda, o mesmo que Alessando fez pela direita no Gre-Nal do Gauchão de 2006.
2) Sabendo ou não do esquema gremista, desconfiando ou não, Galo não consegui um antídoto. Foi envolvido nos 90 Minutos. Perdeu o jogo, caiu no conceito da torcida, recebeu vaias e sua competência começa a ser contestada em voz alta outra vez. Ele é a grande vítima do clássico.
3) O Grêmio viu mais uma vez, apesar da vitória, que Patrício e Ramon não podem ser titulares. Suas performances destoam dos demais. Sei que o Grêmio corre em busca de novos jogadores, lateral direito e um goleador são prioridades. Patrício, por outro lado, é um profissional exemplar e homem de confiança de Mano Menezes. Mas suas fase não é boa. Ramon ainda não conseguiu dar certo em lugar algum, seja no ataque ou nas posições mais ofensivas do meio-campo.
4) O grupo de jogadores colorados não é tão competente como o imaginado. Não é possível virar um jogo com Rubens Cardoso numa ala e Márcio Mossoró. O veterano Christian em má forma física, voltado de lesão, também fracassou. Pinga não é o jogador que imaginávamos. O Inter ainda precisa desesperadamente de um armador de qualidade.
5) Sem Alexandre Pato, o Inter perde seu faro de gol. Ele é a estrela, o jogador que faz a diferença, o craque que resolve, o atacante que consegue, às vezes porque é um só, colocar o Inter um pouco acima dos outros times.
6) Se o Grêmio tivesse uma ataque mais qualificado, que não um composto por Everton e Ramon, o resultado do clássico seria mais elástico. Apenas em raras ocasião os dois jogadores conseguiram vantagem sobre os zagueiros colorados. Por incrível que parece, os dois atacantes não tem a capacidade do drible, apenas a velocidade e não fazem gols.
7) Marcão é homem para a quarta zaga. Em Curitiba quem diz é gente que acompanha o jogador, que Marcão já passou dos 30 anos de idade, que não tem mais a velocidade de outros anos e que sua função é mesmo na quarta-zaga, onde joga demais. Bom, é melhor esperar e ver. Por enquanto, Marcão é polivalente, joga na zaga, na ala e nas duas primeiras funções defensivas do meio-campo.
8) Clemer falhou outra vez em um jogo importante. Seu chute, que não visava lugar nenhum, foi ato de um goleiro quase amador e interceptado por Lúcio perto da área vermelha. Faltou tranqüilidade ao veterano goleiro, talvez técnica, quem sabe uma dose de sorte. A falha individual do goleiro depois da defesa não perdoa a frágil ação de Ceará e Índio, que foram driblados pelo lateral tricolor no lance do primeiro gol, logo aos sete minutos de jogo. Eu continuo achando que Renan precisa assumir a camisa número 1 do Inter. E não é de hoje.
8) É um absurdo fazer um jogo com uma torcida só. Não podemos nos espelhar nos cartolas argentinos que deixam a Bombonera só para os fãs do Boca e o Monumental de Nuñez apenas para os torcedores do River. Exemplos negativos interessam, a gente vê, pensa, estuda, aprende e descarta. Gre-Nal só vermelho, ou apenas azul, é a falência do futebol, a vitória da violência, da barbárie, e a derrota dos bons torcedores, da gente do bem.
9) Fazer Gre-Nal no primeiro domingo de inverno às 18h10 às margens do Guaíba é um absurdo em dose dupla. Pelo horário, pelo inverno.
Postado por Zini, Porto Alegre
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