A crise no Olímpico forçou acordos políticos inusitados em nome do anúncio do novo homem do futebol, André Krieger. Oposição ao presidente Paulo Odone, às vezes radical, Krieger chega com dois novos assessores:
1) Luiz Onofre Meira, outro oposicionista ferrenho e figura de primeira linha na caótica e recente administração Flávio Obino
2) Milton Martins Kuelle, ex-jogador, gremista histórico e com trânsito fácil em todas as camadas políticas do clube.
3) São três pessoas para exercer um cargo que antes era do injustiçado (e quase isolado) Paulo Pelaipe. Quatro, se somar Rodrigo Caetano, o profissional remunerado do setor.
Krieger é um dirigente com experiência no clube e no futebol e muito ligado ao ex-presidente Fábio Koff. É um homem enérgico, equilibrado e de voz forte no vestiário. Sua história no clube é importante, exibe títulos, mas começa tudo de novo. O passado vale pouco na carreira de um dirigente em épocas de crise (Pelaipe é exemplo). O presente e o futuro próximo são mais importantes. O futebol é aqui e agora.
Desconheço qual o grau de conhecimento do atual vestário que Krieger possa ter, bem como das carências no gol, nas laterais, no meio-campo, na articulação e no ataque. Ha uma necessidade urgente na busca de cinco titulares e de uma fila de dispensas.
Ao chamar o vice-presidente eleito do Conselho Deliberativo do Grêmio para ser o seu braço direito no futebol, Odone adiantou que haverá dinheiro para reforços de qualidade. Krieger saiu com a boa nova debaixo do braço, mas ainda é preciso saber se ele conhece bem, muito bem, o atual mercado de jogadores.
Krieger já trabalhou com Celso Roth na década passada. Quem conhece os bastidores do Olímpico como a sua sala de estar, como o competente repórter de ZH e Rádio Gaúcha, Luis Henrique Benfica, já informa que Roth pode ficar. Ele sente pelas conversas que a direção vê em Roth qualidades que o mundo desconhece. O que seria uma terceira tragédia em 10 dias.
Se Krieger confirmar Roth no comando do time, ele estará jogando contra a imensa maioria da torcida gremista e começando seu trabalho aliado ao técnico responsável pelo terremoto que abalou o Olímpico. A vaia que Roth recebeu no Olímpico rebateu e alcançou milhões de torcedores. Recomeçar com Roth é começar com a derrota.
Mesmo assim, Krieger falou em suas primeiras entrevistas que ainda deseja saber o que Roth pensa, indagar da sua motivação, saber da sua disposição.
Krieger é a nova esperança de uma temporada que desce a lomba sem freio e depois da curva o morro despenca mais. Ele precisa reorganizar o Grêmio com o Brasileirão batendo na sua porta e o primeiro desafio, dia 11, é o São Paulo, no Morumbi.
Krieger não pode errar, não tem um Gauchão ou uma Copa do Brasil como ensaio. O Brasileirão é cruel com os times instáveis. Remete todos para a Série B. Lá o atoleiro é monumental.
Postado por Zini, Porto Alegre
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