O Grêmio perdeu a pose e o rumo em apenas sete dias, três jogos, entre uma quarta-feira e a outra, na primeira quinzena de abril. Seu departamento de futebol foi posto abaixo, novos dirigentes foram chamados e até uma lista de dispensas chegou a ser cogitada.
Só ficou o culpado de quase tudo, Celso Roth. Roth provocou a crise, mas se beneficiou dela. Ridicularizado pela torcida, Roth é a grande, porém inexplicável esperança dos dirigentes azuis.
O Inter sofreu uma derrota inesperada em outra quarta-feira, a passada. Tem outra quarta, a próxima, desta vez no Beira-Rio, para provar que o resultado negativo em Curitiba foi apenas um acidente de percurso. O Inter perdeu muito por Abel Braga, pelas suas trapalhadas táticas. Mas a derrota também se deve pela falha primária de Clemer, pela ineficiência de Bustos, pela falta de articulação, pela pouca objetividade, pelas falhas coletivas e individuais da equipe.
A Copa do Brasil é a razão de vida do Inter na temporada de 2008, fabuloso atalho para a Copa Libertadores da América. O ano ganho num único e rápido semestre. O resultado negativo em terras paranaenses foi um choque. Menos pelo adversário, muito mais pelo Inter mesmo.
O jogo era de afirmação, uma partida que podia mostrar o real momento, o verdadeiro potencial do Colorado. A maioria dos especialistas garante que o Inter tem um dos quatro melhores times do país. E que vai disputar o título do Brasileirão com Palmeiras, São Paulo e Fluminense. Na teoria parece que sim. Na prática, ainda não.
Como o Inter, coincidentemente, o Grêmio ganhou longe do seu estádio pelo Gauchão (Juventude) e, 72 horas depois, perdeu pela Copa do Brasil (Atlético-GO). Nos jogos da volta, o Tricolor decepcionou duas vezes e afundou numa crise que lembrou os gloriosos anos Flávio Obino no timão do clube.
Poucos acreditam que o Caxias, quase mudo no seu ataque, possa vencer na Capital, arrancar uma diferença de dois gols. Muitos entendem que o Inter tem jogadores e bola suficientes para enfiar uns quatro gols no Paraná de Bonamigo em Porto Alegre.
Mas é bom (muito bom) ficar atento ao péssimo exemplo do vizinho do Estádio Olímpico. Em sete dias, o Grêmio destruiu seu primeiro semestre inteiro, 182 dias jogados no lixo da história. E colocou em risco o restante do ano.
Postado por Zini, Porto Alegre
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