O Inter não ajuda o Grêmio. Os azuis querem a caveira dos vermelhos. O desejo é diário. A birra, centenária. Os dois não se entendem, não se topam, não se querem. São dois opostos. Jamais espere ações lógicas dentro de campo quando um tem a remotíssima possibilidade de ajudar o outro. Desista. Esqueça.
É assim, foi assim, será assim enquanto a rivalidade perseguir os gaúchos desde Bossoroca até o Planeta Marte. Nunca parte do Rio Grande do Sul foi tão alemã quanto em 1983, jamais se viu tanto torcedor espanhol no Estado como em 2006. O gaúcho tem uma cor só e orgulhosa. Pode ter uma segunda fácil e a qualquer hora, dia ou noite, basta o adversário de um dos dois exigir.
A intensa e superior rivalidade suporta raras exceções. Domingo, por exemplo, os gremistas querem que o colorado supere o São Paulo e alivie a pressão paulista na ponta da tabela. Será um dia único, especial. Creia. Mas garanto que uma minoria azul não será vermelha nem por um segundo. O contrário também seria válido em outra situação.
O Brasileirão toma 100% da atenção gremista. O Inter está com a cabeça em Buenos Aires e o Morumbi é apenas um campo de teste para o técnico Tite e seu mistão, que vai jogar o que pode, sem amolecer.
A exemplo do Inter, Tite tem apenas uma bala na agulha para continuar disputando a Copa Sul-Americana e, quem sabe, levantar o título. Precisa abater o Boca. Tite sabe que sua vida profissional no Beira Rio acaba quando dezembro chegar. Ganhando ou não ele está fora.
Um amigo de São Paulo, palmeirense de sangue verde, ligou e perguntou se o fã colorado sentiria muito um gol do São Paulo domingo. Eu respondi que sim, claro, sentir a própia rede estufar é sempre um problema. Mas logo corrigi, o torcedor reclamaria, mas não por muito tempo, já que o vizinho azul também estaria penando com o gol. A dor de um sempre alivia a do outro no futebol gaúcho.
Postado por Zini, Porto Alegre
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