Antes do técnico, chega o mito.
O Grêmio não buscou um treinador. Procurou a salvação.
Ninguém no Olímpico vê no trabalho de Renato nada de espetacular, não vê porque não há nada grandioso no momento da Série B com o Bahia – apesar do título da Copa do Brasil de anos atrás, de um vice-campeonato da Libertadores com o Fluminense. Raros sabem se Renato é um técnico em evolução. Na Bahia não se tem certeza, informam os jornalistas dos jornais de Salvador.
O Grêmio vê na mística do ex-atacante dos maiores feitos gremistas uma corda resistente para sair do fundo buraco da zona do rebaixamento do Brasileirão.
Não é o técnico que importa neste 9 de agosto. É a lenda de Renato, sua identificação com o torcedor, seu sangue azul, sua identidade com o clube, seu passado lendário.
É o motivador que conta, o cara que vai empolgar a torcida, lotar o estádio, chamar os jogadores num canto e gritar:
- Quem está comigo, fica. Quem não está pode passar na tesouraria…
Renato é o mágico da hora, o salvador da pátria, o herói do passado que corre ao Olímpico para salvar o ferido clube do coração.
No começo da temporada, em tempos de trabalho à longo prazo, o nome de Renato nunca apareceu, nunca foi lembrando, nunca liderou lista nenhuma. Renato tem cinco meses para manter seu mito ou ser vaiado como o mito do lado vermelho, Figueroa, foi anos atrás.
Renato chega para correr riscos. Nada apaga o seu passado, seus dribles perfeitos em Tóquio, mas ele precisa construir seu futuro no meio da tempestade.
Agora será lembrado como técnico azul também. Os fãs não perdoam. Não medem o futuro pelo passado. O futebol não tem memória quando o jogador troca as chuteiras pelo abrigo de técnico.
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