O presidente Paulo Odone praticamente garantiu o técnico Cuca na manhã de quinta-feira. Os dois conversaram por telefone, se animaram mutuamente. O presidente gremista acertou a vinda do técnico que trabalhou no Grêmio na década passada (quando não foi bem), antes havia sido jogador (quando foi bem) – também ficou sabendo que o São Paulo está de olho no treinador paranaense, caso PC Carpegiani não consiga recuperar o time logo.
Depois de uma série de reuniões no Olímpico, Odone não encontrou guarida total para o nome de Cuca. Antônio Vicente Martins não gostou da opção. As reuniões tomaram a tarde e não foi encontrada uma solução.
Outros nomes entraram na discussão. Ney Franco foi sondado. Não aceitou. Alegou compromissos com a seleção sub-20. Até o nome de Jorge Fossati foi lembrado por integrantes do futebol, mas descartado imediatamente, assim como seu compatriota Diego Aguirre.
Nas redes sociais, Odone viu que o nome de Cuca não empolgou muito os gremistas. Mas o técnico ainda é o preferido. É convicção e ainda tem fãs em grupos importantes da oposição gremista. Celso Roth não tem chances. Odone não tiraria Renato para fardar Roth de azul, preto e branco. Seria um suicídio político.
Roth disse, semana passada, que seu ciclo na Dupla ainda não havia terminado. Ele está em Portugal, de férias.
Vicente e Odone não estão falando o mesmo idioma. Há fortes ruídos no diálogo. Odone fez uma intervenção dura no futebol. Sacou Renato, que não estava dando certo, pagou seu preço e sabe que não pode errar outra vez. Vicente queria continuar com Renato. Foi contra a saída, até tentou fazer com que ele não fosse embora.
Se não acertarem o nome do técnico, por exemplo, se o Grêmio contratar um profissional que não é do inteiro agrado do presidente e este treinador for mal nas próximas rodadas, a próxima bomba cairá no colo de Vicente. A ruptura será ainda mais profunda.
O nome do novo técnico pode demorar mais algumas horas, talvez uns dias, até que Odone e Vicente acertem o perfil. Odone quer Cuca. Vicente, não. O embate começou. Haverá novas reuniões nesta sexta-feira.
OBS: se os jogadores queriam a permanência de Renato, se ficaram magoados com a sua demissão, por que não correram pelo técnico no jogo com o Avaí, quarta-feira? Renato já havia sentido que do atual grupo de jogadores não conseguiria tirar muito suco mais. Aí, pediu para sair. Não vai receber um centavo do clube. A rescisão foi amigável.
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