A torcida que enfrentou o sábado escuro e frio aplaudiu a vitória sobre o Cruzeiro (2 a 1) e vaiou o técnico Dorival Júnior. Mandou o recado. A irritação dos torcedores vazou nos microfones das rádios e das TVs.
Nem a presença de Forlán num dos camarotes do Beira-Rio acalmou as arquibancadas. Nem a despedida dos olímpicos Oscar e Leandro Damião, autores dos gols e que viajam em nome da Seleção, mudou o foco dos mais irritados.
Dorival não é unanimidade. Foi eleito o vilão do final de semana. A vaia foi um exagero. Torcedor é passional, mas ele pode vaiar. É ruim quando ele se manifesta no meio do jogo. O correto é criticar depois dos 90 minutos. O torcedor, nestes momentos, não pensa. Age.
O Inter venceu o jogo, pulou na tabela. Não fez uma boa partida, disputou dois tempos distintos, um bom, outro ruim, quando foi dominado e quase sofreu o empate. O Cruzeiro de Celso Roth é um time organizado, mas carente de qualidade.
O Inter não evolui como time. Ganha, porém não passa confiança nem certeza. A bronca da torcida mora aí, nos altos e baixos do time, no modelo tático, nas substituições, na falta de uma padrão.
A torcida gritou “burro, burro, burro” várias vezes. Quando D’Alessandro entrou, a irritação aumentou. Bolatti pisou no gramado e ganhou palmas de ídolo. Foi ovacionado. Ele é ídolo, a torcida o quer no time. Os estrangeiros já são cinco. Três entram em campo.
O Inter conta com um grupo excelente, o melhor do Brasil. Não há quem discorde. O problema, segundo a torcida, está no comando técnico.
Dorival será pressionado cada vez mais. Não existe mais mais espaço para erros.
Dorival precisa reconquistar a torcida rapidamente. Não necessita apenas de vitórias como de oxigênio. Os três pontos precisam estar colados ao bom futebol. Não foi o que se viu numa noite de inverno na Capital.
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