Árbitro da final da Copa da Itália, em 1982 , Arnaldo Cezar Coelho (ao lado), 70 anos, não gostou das arbitragens na Libertadores, que se encerrou com o Atlético-MG campeão. As críticas começam com o juiz da final, o colombiano Wilmar Roldán (abaixo). Alcancei Arnaldo por telefone, quinta-feira, no Rio de Janeiro:
Zero Hora – Em que lance o árbitro da decisão errou?
Arnaldo Cezar Coelho – Cito só o mais importante e decisivo da final. Ele não mandou voltar a primeira cobrança de pênalti de Miranda, do Olimpia. O goleiro Victor se adiantou. Faltou personalidade e atenção ao colombiano. Ele foi omisso. Era preciso voltar, cobrar a penalidade outra vez. O juiz cometeu um erro histórico. Vi uma arbitragem infeliz no Mineirão.
ZH – Como você avalia o trabalho da arbitragem sul-americana na Copa Libertadores?
Arnaldo – Ruim, muito ruim. A Conmebol alega que há uma nova geração de árbitros em atividade. Diz que existe um processo de renovação em todo o continente, que os antigos destaques, os mais experientes, se aposentaram. Mas o que se vê são árbitros falhando em quase todos os jogos, mesmo nos decisivos.
ZH – Você apontaria um destaque?
Arnaldo – Positivo? Não. Negativo? Sim, muitos. Não só o Roldán, como outros. Lembra o que o paraguaio Carlos Amarilla fez em Corinthians e Boca, no Estádio do Pacaembu? Falhou em lances decisivos e prejudicou os brasileiros. A arbitragem na Libertadores foi medíocre.
ZH – Já que estamos no assunto, como anda a arbitragem brasileira?
Arnaldo – Não dá para tirar o Brasil do contexto da América do Sul. Vai mal. Você quer um exemplo claro? Observe que o nosso árbitro da Copa do Mundo de 2014 será o terceiro da lista dos brasileiros escolhidos pela Fifa, o Sandro Meira Ricci, que é um moço inteligente. O paulista Wilson Seneme e o Leandro Vuaden, que é gaúcho, fracassaram nos testes físicos. Não se prepararam corretamente.
ZH – E a nova geração do Brasil?
Arnaldo – Não tem nada, não vejo ninguém nesta nova geração. Parece que eles não levam a sério a arbitragem, não têm um foco definido. É preciso apitar bem num jogo, melhorar no próximo, crescer no seguinte, mas eles não agem assim. Não entendo.

O colombiano Wilmar Roldán, polémico árbitro da final da Libertadores, entre Atlético-MG e Olimpia, na foto de DOUGLAS MAGNO/AFP
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