O Inter enfrenta o Palmeiras nesta quarta-feira em São Paulo. A capital paulista é a terra do jornalista Juca Kfouri. Domingo passado, quente manhã, Kfouri estava com os olhos em Santos. Viu o que ninguém notou, nem no gramado, nas cadeiras, nos camarotes ou na TV. Afirmou que o técnico Argel Fucks mandou seus jogadores baterem em Lucas Limas, o habilidoso camisa 10 santista. O jogador não reclamou, o Santos, que fez 3 a 1, não protestou.
A afirmação foi irresponsável. Kfouri errou. Errou feio.
Juca Kfouri pisou na bola. O jogo não foi violento, não há registro de violência nas crônicas que li sobre a partida, seja de autoria de paulistas ou gaúchos. As faltas foram típicas de um jogo competitivo, não saíram da média das partidas do Brasileirão.
O árbitro Fifa que cuidava do jogo, Héber Roberto Lopes, que sempre pune quem levanta a chuteira, nem se estressou ou ameaçou puxar o cartão vermelho. Levantou o amarelo quatro vezes, um deles resultou em pênalti e gol.
A ira de Kfouri é estranha. Ele não mira os jogadores. Seu alvo é o treinador. Condenou até a participação de Argel no programa Bola da Vez, da ESPN, um dos melhores da emissora. Censura faz mal. Contamina.
Kfouri tem o direito de falar. No futebol se fala tudo. Mas dizer que um técnico manda bater nos adversários em partidas do Brasileirão parece demais. Não faz muito sentido, ainda mais para quem acompanha o Inter muito de perto. A declaração surpreendeu.
Em que momento Argel encontra o jogador, se aproxima, escolhe o alvo e instiga o ataque: na beira do campo, antes do jogo, no intervalo, na prelação, numa conversa privada no hotel, no ônibus que roda até o estádio ou na viagem de avião?
Kfouri não respondeu. Se ele sabe, queremos ouvir.
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