Não era domingo de Páscoa, mas o Avaí testemunhou uma ressurreição em pleno gramado do Maracanã esta tarde. Aliás, testemunhou não, permitiu mesmo. O time catarinense deu bobeira, deixou o Fluminense virar e acabar com um jejum de 11 jogos sem vitória. Na prática, pouca coisa mudou com o resultado. O Avaí continua tranquilo, a poucos pontos de conseguir o objetivo na competição, e o Fluminense, apesar da vitória suada, já está virtualmente rebaixado e vai precisar de um milagre muito maior do que esse para escapar. E não dá para dizer que o Avaí não começou fazendo aquilo que muita gente cobrava: jogar no desespero adversário. Tanto seguiu a cartilha que no contra-ataque Muriqui deixou William na cara do gol para fazer 1 a 0. Parecia que a coisa ia ser fácil, mas este blogueiro mesmo alertou durante a semana (veja aqui): era preciso respeitar a camisa e a tradição do tricolor carioca. O time atual do Flu dá dó, mas raça e vergonha na cara a garotada mostrou que tem. A zaga avaiana cochilou e Alan empatou. Ainda assim, os planos do Leão seguiam inabaláveis, tanto é que logo após uma bola na trave Muriqui fez 2 a 1. Agora bastava jogar nos erros do Flu, que ficariam ainda mais claros. O terceiro quase saiu, mas ainda antes do intervalo uma nova bobeira, esta de Anderson, que perdeu a bola para o meia Conca _ o único jogador acima da média no Flu _ e ele serviu Fábio Neves para empatar. Veio o segundo tempo e o roteiro estava mantido: Avaí melhor em campo, pressionando em busca do gol. Mas uma nova falha coletiva da defesa permitiu a virada em outro gol do jovem Alan. Justo não era, mas futebol também é ganho por quem aproveita melhor os erros adversários. Era para o Avaí fazer isso, mas no fim das contas o feitiço virou contra o feiticeiro. Do terceiro gol do Flu até o fim o que se viu foi um time desesperado para segurar o resultado, tal qual um esfomeado diante de um prato de macarronada. O Avaí até tentou, mas aí esbarrou na boa atuação do goleiro Rafael. Além da derrota, o Leão precisa trazer lições do jogo no Rio, como parte do aprendizado de um clube que quer permanecer na elite.
Postado por Rodrigo Braga, da redação