Quem é vivo sempre aparece, diz aquele velho dito popular. E não é que o Avaí apareceu, 40 dias depois da última vitória.
Fica a dúvida do que fez o time, enfim, se reencontrar: se foi o susto com a entrada na zona de rebaixamento (ou seja, a famosa água batendo… vocês sabem onde) ou se foi a mandinga do blog, que resolveu apostar em derrota do Leão nos palpites (veja aqui), já que nas últimas rodadas toda vez que cravava vitória ou empate, o time perdia. Nunca saberemos.
Importante é que o Avaí engatou uma tração 4×4 e começou a sair do atoleiro (apropriado, já que o campo estava encharcado pela chuva do fim de semana). Ninguém esperava, ninguém mesmo, moleza contra o bom time do Ceará. Mas o primeiro tempo do Leão na Ressacada beirou a perfeição. Jefferson, o meia quebra-galho que chegou cercado de desconfiança, teve uma senhora atuação. Fez dois golaços com chutaços de fora da área, um de direita, um de canhota, que é a boa, e ainda fez um belo lançamento para o gol que abriu a porteira, de Rudinei. Só no lance do pênalti convertido por Davi, a não ser que eu não tenha notado, Jefferson não teve participação direta. E não foi só ele que foi bem. Nos primeiros 45 minutos, o Avaí patrolou o time cearense. Depois disso, com a fatura já resolvida, não precisou fazer mais do que administrar. Nessa toada até fechou a conta em 5 a 0, mais um de Davi (e foi outro belo gol).
Voltar a ganhar, o Avaí voltou (ufa!). E em grande estilo. Agora fica a torcida para que, com o fim da urucubaca, venha a estabilidade para que o time não oscile entre atuações primorosas, como a desse domingo, e catastróficas como a de Salvador, quinta-feira. Na próxima rodada, tem só o líder Fluminense pela frente, no Rio, quarta-feira. E sábado recebe o instável São Paulo, na Ressacada. Só pedreira.
Mais uma vez usando uma frase famosa, desa vez da turma do Barão Vermelho, o Avaí foi ao inferno e voltou. Que o passeio pela zona de rebaixamento tenha sido só isso mesmo, um passeio. Curto e sem retorno. Para os supersticiosos, vale a lembrança de que o Avaí estreou no campeonato metendo 6 no Prudente na Ressacada. Vai que essa goleada de agora signifique a reestreia do Leão nesse novo campeonato que é a briga para se segurar na elite.
Ah, só uma pergunta: e o novo técnico, hein?
Os outros jogos do domingo
Aproveito para comentar também os outros destaques do domingo no Estado. O Joinville, num jogo truncado em gramado molhado, não conseguiu furar o bloqueio do Operário-PR e ficou no 0 a 0, na Arena. O JEC já está garantido na outra fase da Série D e, se não me engano (me corrijam se estiver errado), este empate garante o time paranaense também, que de bobo não tem nada. Mas pontuar é importante, justamente pensando nos próximos confrontos, por isso a torcida certamente saiu um pouco decepcionada da Arena. Jogar lá em Ponta Grossa não é nada fácil, eu vi bem como é e o JEC também sabe, pois já foi lá e perdeu. Mas o foco tem que seguir no acesso, e o tricolor tem time para isso.
E na Segundona Catarinense, título do turno para o Atlético Tubarão, que faz bela campanha sob o comando de um velho conhecido da turma do Vale: o técnico Suca. A última rodada tinha quatro times no páreo, e o Atlético só conseguiu o título nos acréscimos, ao fazer 1 a 0 no Concórdia, adversário direto. Até então, quem estava ficando com o título (já que o Marcílio Dias também empatou) era o XV de Outubro, que em Indaial fez a parte dele batendo o Joaçaba por 2 a 0. O time do Vale é outro que merece reconhecimento. Faz um belíssimo trabalho (basta dizer que revelou o atacante Leandro Damião, hoje no Internacional) e desde que ingressou no futebol profissional só cresce, graças a uma estrutura que mataria de inveja muito time maior do Estado.