Como bem disse a reportagem do Santa dessa segunda-feira (veja aqui), a viagem a longa e dá tempo para refletir bastante. No retorno de Cianorte (PR), o Metropolitano deve encaminhar o futuro.
Há muito o que encaminhar, por sinal.
O time decepcionou. Nos confrontos diretos que valiam a classificação, fracassos sucessivos e erros imperdoáveis. Notem que falo do time, não do clube. O clube (direção, parceiros), fez mais do que poderia, deu condições que poucos clubes na competição (se é que há algum) dão. Fora de campo, estava tudo funcionando, apesar das dificuldades. O fiasco foi dentro de campo. A culpa, nesse caso, é EXCLUSIVAMENTE de jogadores e comissão técnica.
Portanto, trata-se de um caso onde não é nenhuma falta de coerência propor uma faxina geral.
Poucos merecem ficar. Pra cumprir tabela na Série D (apesar das chances matemáticas, o futebol praticado não permite mais acreditar na vaga), que se coloque a base para jogar. Comprometimento sem dúvida será maior. Quem veio para aproveitar as condições que o clube oferece (certamente boleiros comentam isso entre eles) como se estivesse num spa, que sigam seus rumos. Saudade dúvido que deixem.
O técnico tem história no clube, mas paramos por aí. Lio Evaristo é simpático, tudo o mais, mas está provado que é “técnico bombeiro”. O discurso “oba-oba” só se justifica quando é para tirar o time do atoleiro. Ele pedia uma oportunidade para montar um trabalho, teve apoio de muita gente e ganhou o que queria. Fracassou, então que assuma a responsabilidade e siga a vida em outro lugar. Obrigado, Lio, pelas vezes que você salvou o clube. Quem sabe volte pra isso em outra oportunidade. Por hoje, deu pra ti. Além disso, já passou, e muito, da hora de profissionalizar o departamento de futebol.
Agora, o clube.
Desde que se falou na tal união de empresários pelo Metropolitano, o foco sempre foi o Catarinense de 2012. Pois bem, até agora quando as pessoas na rua cobravam (e com razão) e até agora tudo não passava de blá-blá-blá, a justificativa era essa. Pois bem, a Série D já era, o clube não pode fechar as portas, reabrir em novembro, quase dezembro, e achar que vai subir de patamar no Estadual como que num passe de mágica.
Empresários, vocês vão mesmo colocar a mão na massa? Então que comecem já o planejamento para o clube projetar o futebol de Blumenau novamente. A direção também vive momento de transição. Quem quer investir cobra a permanência do Dr. Edson “Pingo”, que por estatuto deixa o clube em outubro. Ele já me confidenciou vontade de passar a bola pra frente, mas não abandonar o Metrô, assumir outro tipo de responsabilidade. E eu concordo. Ele já fez a parte dele (bem feita, por sinal). É hora de outro chegar para assumir, “mudar a roupa”, o discurso, agregar novas ideias. Se entre todos que foram à imprensa dizer que estavam com o clube, ninguém puder assumir essa responsabilidade, então começo a acreditar que o discurso de “tâmo junto” era mesmo da boca pra fora. Compromissos profissionais todos têm.
O Metropolitano ainda é muito jovem, fará 10 anos no início de 2012 (aliás, ótima data pra mudar de patamar). Quem cobra resultados imediatos está errado, mas até dá pra entender o torcedor blumenauense, carente de alguém para torcer e acreditar. O Metropolitano precisa de uma sequência, de um planejamento de longo prazo que esteja acima dos altos e baixos normais do futebol. Precisa de mostras claras de união e de onde quer chegar. Precisa conquistar o torcedor (e pra isso vitórias em campo são, sim, obrigatórias). fiascos como o que esse grupo de jogadores protagonizou só fazem o projeto andar pra trás, mas não pode ser assim.
É nessa hora, quando se está por baixo, que quem é sério precisa mostrar que é. Levanta a poeira e dá a volta por cima.
Se fizer isso, o Metropolitano ganha pontos diante daqueles que insistem em desconfiar dele.
Nisso, eu acredito.
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