Não sou o mais experiente em clássicos Figueira x Avaí. Ainda assim, me arrisco a cravar que o desse domingo, no Scarpelli, foi um dos mais eletrizantes de uma história de décadas.
Foi um jogaço, disparado o melhor clássico da rodada de clássicos do Brasileirão.
O Figueirense entrou em situação melhor, e em boa parte do jogo atuou melhor. O Avaí buscou forças na raça, coisas que só um clássico é capaz de proporcionar. E foi na raça que virou o placar. O Leão fecha o turno na zona de rebaixamento, mas com o astral renovado para sair da situação delicada no returno que começa na quarta-feira.
O Figueirense não tem muito a lamentar além do placar (e da seguida derrota seguida em clássicos no Scarpelli para o rival). Jogou bem, pressionou, coisa do jogo. Jogo que aliás poderia ter mudado de cara no pênalti que Júlio César mandou para longe e poderia ter decretado o 2 a 0. Na sequência, o Leão, que era dominado e falhava demais na defesa, cresceu. Equilibrou o jogo, fez Wilson trabalhar demais. E buscou o empate, com o estreante Lincoln (subiu no meio da zaga para marcar). A essa altura o clássico já era ótimo, e o Figueira fez 2 a 1 com Júlio César. Foi para o intervalo vencendo, tudo parecia dentro do que previa a maioria.
Só parecia.
Na etapa final, o Figueira perdeu muitos gols e acabou castigado quando Willian empatou em contra-ataque maravilhoso do Leão. Racionalmente, o empate parecia bom negócio para o porção azul, e o estreante Toninho Cecílio mudou o time para assegurá-lo. Mas o clássico histórico ainda reservava mais emoções. Willian, que durante a semana falou que era ótimo marcar no Scarpelli, fez o segundo dele, o terceiro do Avaí, decretou um carnaval fora de época na torcida avaiana. O gol desconcertou o Figueira, que não conseguiu mais se organizar em campo.
Um resultado de raça. Um clássico para os livros. E que a vitória dê força ao Avaí para sair da situação delicada.
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