Tarso admite possibilidade de sair do PT se partido não fizer ‘revolução interna’
04 de novembro de 2016 24O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro defendeu nesta sexta-feira (4) mudanças profundas no comando do Partido dos Trabalhadores. Em entrevista ao programa Timeline, Tarso argumentou a importância de uma troca “nos principais cargos de direção do partido”, a fim de que ocorra uma espécie “revolução interna”. Tarso defendeu o nome de Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, para comandar esse movimento.
“Acho que esta direção se esgotou. Acho que o partido, pra se revigorar, tem que fazer uma revolução interna, trocar os principais cargos de direção do partido. Eu votaria no Haddad de olhos fechados”, disse.
Questionado sobre a possibilidade de deixar o Partido dos Trabalhadores, Tarso Genro disse que pretende permanecer, num cenário em que o partido promova mudanças internas. Se isso não acontecer, Tarso fala sobre reavaliação e diz que poderá trabalhar “outra alternativa”.
“Eu estou trabalhando pra que isso ocorra (mudanças para permanecer no PT). Se isso não ocorrer, acho que muita gente, não somente eu, vai reavaliar qual o tipo de movimentação política que vamos fazer; mantendo o PT ou trabalhando em outra alternativa”, disse.
Tarso também defendeu que o ex-presidente Lula não seja candidato à presidência novamente em 2018.
“Temos que abrir espaço para novos quadros políticos. Não só do PT, mas também do campo político que representamos”.
Eduardo Cunha
Tarso Genro também afirmou que, na sua interpretação, a prisão de Eduardo Cunha foi “equivocada” do ponto de vista jurídico. Porém, disse que se sentiu satisfeito porque Cunha teve papel preponderante “no lastro da corrupção brasileira”. Na avaliação de Tarso, que foi ministro da Justiça no governo Lula, Cunha deveria ter sido submetido às regras constitucionais e processuais que orientam esse tipo de prisão e, nesse sentido, não havia necessidade de prendê-lo.
“Eu acho que foi equivocada do ponto de vista jurídico. Eu acho que a prisão não seria necessária. Ela não foi uma prisão para garantir a execução do processo. Ele estava aí, a família dele estava aí, ele estava à disposição da Justiça. Então, não precisava prendê-lo”, disse o ex-ministro em entrevista ao programa Timeline.
O ex-governador, no entanto, ponderou que Cunha deveria ter sido preso quando estava à frente da Presidência da Câmara, isso porque naquele momento “estava utilizando seu cargo para interferir no processo político do país”, disse.