A estiagem que atinge o oeste de Santa Catarina persiste e, de acordo a Defesa Civil, 73 municípios já decretaram estado de emergência. Sendo que seis pertencem a SDR de Dionísio Cerqueira, seis a SDR de São Miguel do Oeste, sete a SDR de São Lourenço do Oeste, 12 municípios da SDR de Maravilha, sete da SDR de Palmitos, seis a SDR de Quilombo, 10 a SDR de Chapecó, 14 a SDR de Xanxerê, três municípios pertencem a SDR de Seara e dois a SDR de Itapiranga. Esses números representam mais de 70 mil propriedades rurais.
As chuvas que ocorreram nos últimos 10 dias foram de menor intensidade nas áreas afetadas e insuficientes para a reposição dos mananciais, agravando ainda mais a falta de água potável para consumo humano e animal. Também não ocorreram chuvas suficientes para recuperação das lavouras.
Perdas já somam R$ 440 milhões
A estimativa de perdas com a estiagem soma até o momento R$ 440 milhões. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, destaca que os prejuízos são de difícil mensuração e mudam a cada dia. A confirmação de estimativas mais precisas de perdas se dará somente no momento da colheita. – Nesta quarta-feira, a Secretaria da Agricultura, por meio dos escritórios municipais e regionais da Epagri, está realizando um levantamento completo dos prejuízos na agricultura em todos os municípios atingidos pela estiagem – afirma Rodrigues.
A produção mais prejudicada pela falta de chuvas é a de milho. Nos municípios que decretaram estado de emergência as perdas variam de 5 a 70% da produção esperada, o que representa 600 mil toneladas perdidas e 16% da produção estadual do grão. Considerando o preço médio de dezembro/2011, esta perda significa um valor de R$ 235,6 milhões.
Os produtores de soja das áreas mais afetadas já prevêem perdas de produção entre 5 e 30%, o que significa quebra de 7% na safra estadual. O volume perdido já chega a 100 mil toneladas, totalizando perdas de R$ 68 milhões. O secretário João Rodrigues lembra que os produtores de soja têm a possibilidade de estancar as perdas de produção já que as lavouras ainda não se encontram na fase de desenvolvimento de grãos.
Até o momento a perda média de feijão nos municípios mais afetados varia entre 10 a 60% da produção esperada e estima-se que o impacto sobre a produção estadual deve ser de 6 mil toneladas do produto, ou seja 5,3% do total produzido no Estado. Esses valores resultam num prejuízo da ordem de R$ 8 milhões.
Produção leiteira
A produção de leite entregue à indústria catarinense sofreu uma redução de aproximadamente 16% nos meses de novembro e dezembro de 2011. Os produtores catarinenses deixaram de entregar à indústria um volume de aproximadamente 27 milhões de litros do produto, representando um prejuízo em torno de R$ 21 milhões. Entretanto, nos municípios onde a falta de chuva é mais grave, a redução da produção varia de 5 a 50%. Os municípios que registram maiores perdas na produção de leite são Guaraciaba, Dionísio Cerqueira, Cunha Porã e Palmitos.
Outros produtos importantes para a economia do Estado, também sofreram perdas significativas, especialmente, as frutas e hortaliças, piscicultura de água doce e lavouras de fumo. A pecuária em geral como suinocultura, avicultura e gado de corte também enfrenta problemas. Nestas atividades e em outras não relacionadas, os prejuízos chegam a R$ 107 milhões.
Nesta quinta-feira , a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca organiza uma reunião com os presidentes da Epagri e Cidasc para dar sequência às ações emergenciais para diminuir os efeitos da estiagem em Santa Catarina.
Reunião em Brasília
Para tratar das ações emergenciais, o secretário João Rodrigues e o secretário adjunto Airton Spies terão reunião com o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, em Brasília, nesta segunda-feira (16), às 15h.
Os representantes de Santa Catarina deverão reivindicar R$ 80 milhões ao Governo Federal para construção de mil açudes de médio e grande portes e de 1,3 mil poços artesianos, as obras visam fornecer água a propriedades rurais em seu entorno.
Entre as demandas do Estado, para amenizar o drama dos agricultores, está a criação de uma linha de crédito de emergência para os produtores atingidos pela estiagem para que possam plantar lavouras de safrinha e custear atividades de pecuária, principalmente no que se refere à alimentação dos animais.
Além disso, os secretários vão solicitar ao Ministro a prorrogação de prazos para pagamentos de dívidas do crédito rural para os agricultores atingidos, transferindo parcelas vencidas ou vincendas de 2012 para o final dos contratos, ou por no mínimo um ano.
Para apoiar investimentos diretamente nas propriedades rurais, o Estado reivindica a liberação de crédito subsidiado, sem juros, destinados à construção de 13,2 mil açudes e reservatórios de água da chuva, e financiamento dos sistemas de irrigação, visando atender áreas irrigadas de até 5 hectares por propriedade. O crédito subsidiado também será destinado à construção de 26,4 mil cisternas e reservatórios de água para consumo na propriedade.
Esses investimentos possibilitarão o desenvolvimento de um grande programa que contempla a perfuração de poços artesianos, captação e armazenagem de água da chuva, construção de açudes em propriedades privadas e sistema de irrigação para pequenos e médios produtores rurais.
Fonte: Secretaria de Estado de Comunicação
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