Darci Debona | darci.debona@diario.com.br
A partir do dia 21 de abril o aeroporto municipal Serafim Enoss Bertaso será fechado por um período de 75 dias, para a reforma da pista. A informação foi repassada ontem pelo procurador geral do município, Thiago Etges, em entrevista coletiva.
Inicialmente o município tinha planejado fazer a obra em três etapas, mantendo o funcionamento parcial e interditando totalmente apenas num período de 15 a 30 dias. No entanto foi avaliado com a empresa vencedora da licitação, a Planaterra, que haveria muito transtorno na montagem e desmontagem dos equipamentos. –Levaria duas horas só para montar os equipamentos- afirmou o engenheiro da Prosul, empresa que realizou o projeto, Gulherme Manenti Peruchi.
Ele destacou que até uma usina de asfalto será montada no aeroporto, para agilizar as obras.
O Plano Operacional de Obra se Serviços foi aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mas ainda deve passar por algumas adequações, segundo Etges. Desde o dia primeiro de março o aeroporto foi interditado parcialmente, pois a Anac restringiu o uso da pista para aeronaves até 72 lugares, por motivo de deterioração da pista. Antes havia a operação de aeronaves com até 144 lugares.
Etges afirmou que o período de 30 dias para a interdição foi definido para permitir às companhias aéreas adequarem suas operações. Há possibilidade de deslocar os voos para o aeroporto de Passo Fundo, que fica a 200 quilômetros de Chapecó. A Avianca já tinha transferido suas operações para o aeroporto gaúcho. A Gol começou a operar com aviões menores, a Trip manteve os voos já existentes e colocou voos charter e a NHT continuou a operar normalmente. Outra opção seria utilizar outros aeroportos da região, como o de Concórdia, mas para isso seria necessária estrutura de segurança.
De acordo com o administrador do aeroporto, Eglon Buraseska, as empresas vão vender passagens somente com sete dias de antecedência. Ele citou que após a conclusão, a nova pista poderá comportar aeronaves com até 200 passageiros e aviões cargeiros. A Gol sinalizou a operação com o Boeing 737 800 e a Avianca deve operar com o Airbus A 320. O secretário de Defesa do Cidadão, Sérgio Wallner, disse que a nova pista poderia receber até cargueiros. No entanto para ampliar as operações do aeroporto, seria necessário outras melhorias, como mais um caminhão de bombeiros e mais profissionais.
A proposta inicial é retomar a operação nos mesmos moldes de antes da interdição, quando eram realizados oito voos diários e uma movimentação mensal de 23 mil embarques e desembarques.
A reforma da pista vai custar R$ 10,6 milhões, sendo R$ 9 milhões do Governo do Estado e R$ 1,6 milhão da Prefeitura.
Negócios prejudicados e transtornos
O fechamento do aeroporto vai trazer transtornos para os usuários e vai prejudicar negócios e feiras. Já com a interdição parcial muitas pessoas tiveram que enfrentar até 11 horas de ônibus até Florianópolis por falta de vagas. As passagens chegaram a R$ 1,2 mil de Chapecó para a capital catarinesne.
A Chapecoense já teve que fazer viagens de ônibus por falta de avião. O presidente da Aurora Alimentos, Mario Lanznaster, disse que a interdição vai criar problemas para o setor produtivo, já que a região recebe inúmeras missões internacionais. No entanto ele considera que deve haver uma compreensão da sociedade pois essa é uma medida que vai resolver de ver o problema da pista.
COMO VAI FUNCIONAR A REFORMA
A pista do aeroporto de Chapecó tem 2.563 metros de comprimento.
Trecho de 0 a 1,500 metros: Neste local existe hoje uma camada de 11 centímetros de capa asfáltica, mais 32 centímetros de pedra e brita. Será realizada uma fresagem na pista para a retirada de uma camada de quatro centímetros onde o asfalto está trincado. Depois será aplicada uma nova camada de asfalto, variando de 7,5 centímetros a 15 centímetros.
Trecho de 1.500 metros a 2063 metros: Tem atualmente 10,5 centímetros de capa asfáltica, mais 20 centímetros de brita e 35 centímetros de solo compactado. Esse trecho está interditado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Serão removidos o asfalto e o subleito e mais uma camada de terra, totalizando 1,5 metro.
Depois serão colocados 35 centímetros de pedra, 20 centímetros de brita, 7,5 centímetros de asfalto mais simples denominado binder e outra camada de 5 centímetros de asfalto mais resistente.
Trecho de 2.063 a 2.563: Trecho não homologado e que não será necessário ser mexido.
DADOS DA OBRA
Veículos: 25 caminhões, duas fresadeiras, dois vibroacabadores, oito rolos compactadores, uma retroescavadeira, uma valetadeira, quatro escavadeiras, uma carregadeira, uma máquina de pintura, duas motoniveladoras, três tratores agrícolas, três tratores de esteira.
Trabalhadores: 70
Turno de trabalho: 20 horas por dia
Período de execução: de 21 de abril a 5 de julho
Drenagem: 12 mil metros
Retirada de terra: 10 mil metros cúbicos, para as quais serão necessárias mil viagens de caminhão.
Retirada de resíduos de asfalto: 7,6 mil toneladas
Volume de pedra utilizado na obra: 22 mil toneladas
Volume de massa asfáltica: 26 mil toneladas
Será instalada uma usina móvel no aeroporto
Isso se chama pouca vergonha!! Já faz quase um ano que eles estão trabalhando nesse aeroporto… TEM QUE TER MUITO DINHEIRO PARA SUSTENTAR TODA ESSA PANHAÇADA!!!