Darci Debona | darci.debona@diario.com.br
As obras de reforma da Aduana de Dionísio Cerqueira, que deveriam ser concluídas neste mês, devem terminar somente em novembro. E esse é um dos motivos que reduziu em 29,5% o movimento de caminhões na fronteira. Os outros dois problemas, segundo o inspetor chefe da Receita Federal, Arnaldo Borteze, foram as restrições comerciais entre Brasil e Argentina e a greve dos funcionário s da receita federal e Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Borteze informou que as obras atrasaram porque a reforma está sendo feita sem paralisação da liberação das cargas. O pátio e o galpão de conferência já foram concluídos. O novo prédio administrativo está em andamento e falta o prédio dos despachantes, cerca e iluminação. O valor da obra, que iniciou há um ano, é R$ 9,8 milhões.
A redução no movimento afetou principalmente as importações, de vinho, frutas, inseticidas e cosméticos, que diminuíram em 16,2%. Mesmo assim as exportações aumentaram em 76%. Borteze explicou que esse acréscimo se deve principalmente ao aumento das vendas de carne bovina para o Chile. Uma carga de 25 toneladas representa cerca de US$ 100 mil.
No entanto a venda para o Chile teve uma redução de 40% em julho, que foi um dos meses mais fracos dos últimos anos na aduana. No entanto a Argentina deu sinal de retomada das compras de carne suína do Brasil. Também foram retomas as exportações de banana.
Os motoristas de caminhão até aprovam a reforma da Aduana, mas estão reclamando da greve. José Bonifácio, que é de Barracão-PR e está transportando maçã do Chile para São Paulo, disse que chega a ficar uma semana para ter a carga liberada. –Normalmente demorava dois dias- informou.
E não é só na aduana de cargas que houve redução no movimento. Na aduana turística, entre Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen, no início do ano passavam três mil veículos por dia. Agora, passam somente cerca de mil.
O motivo é a inflação argentina, que elevou o preço dos produtos, principalmente combustíveis. Anteriormente muitos brasileiros atravessavam a fronteira para abastecer o veículo e fazer compras.
MOVIMENTO NA ADUANA DE DIONÍSO CERQUEIRA
Importações de janeiro a julho de 2012: US$ 203 milhões
Importações de janeiro a julho de 2011: US$ 242 milhões
Comparativo 2012 a 2011: Queda de 16,2%
Exportações de janeiro a julho de 2012: US$ 229 milhões
Exportações de janeiro a julho de 2011: US$ 137 milhões
Comparativo 2012 a 2011: Aumento de 76,4%
Movimento total de janeiro a julho de 2012: US$ 432 milhões
Movimento total de janeiro a julho de 2011: US$ 380 milhões
Comparativo 2012 a 2011: Aumento de 13,6%
Movimento de caminhões de janeiro a julho de 2012: 9.320
Movimento de caminhões de janeiro a julho de 2011: 13.225
Comparativo 2012 a 2011: Queda de 29,5%
Despachos de janeiro a julho de 2012: 8.965
Despachos de janeiro a julho de 2012: 12.357
Comparativo 2012 a 2011: Queda de 27,4%
FONTE: Receita Federal de Dionísio Cerqueira