Darci Debona | darci.debona@diario.com.br
A cidade de Ipumirim parou ontem para cumprimentar seu filho ilustre, de apenas 11 anos, que levou o nome da cidade a uma conquista nacional. Com o poema O João de Ipumirim, o aluno João Pedro Artifon Canton, do 5º ano da Escola Núcleo de Educação Municipal Professor Claudino Locatelli, foi um dos 20 alunos premiados com medalha de ouro na Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.
A cerimônia foi realizada na segunda-feira, em Brasília, promovida pelo Ministério da Educação e Fundação Itaú Social. Cerca de três milhões de alunos participaram do concurso, que teve cinco etapas. João foi um dos cinco premiados na categoria poema.
A professora que orientou o trabalho, Salete Inês Lecardelli, também recebeu medalha.
João ganhou notebook e a escola vai receber 10 computadores, datashow e livros. Mas o prêmio maior foi chegar na cidade e ver os colegas e professores esperando, com faixas de parabéns. Até o prefeito, Valdir Zanella, estava aguardando a comitiva da escola Claudino Locattelli.
João não quis discursar, mas topou desfi lar pela cidade no carro dos Bombeiros.
– Gostei de tudo – disse, um pouco tímido, ao descer do caminhão. Ele afirmou que não foi muito fácil escrever o poema. Mas lembrou do sino da igreja que tocava todos os dias às 6h e teve seu início. Foi um mês para concluir o trabalho.
A mãe, Kátia Artifon De Marco, que é professora de artes, disse que levava o filho para ver as estrelas e ajudar na inspiração. Ela afirmou que João sempre gostou de poemas e já tinha duas medalhas de ouro em concursos de declamação no município.
A professora Salete Inês Lecardelli contou que não sabia se ria ou se chorava quando foi anunciado o nome de Santa Catarina e de Ipumirim, em Brasília.
João é um orgulho para a escola e para a cidade. A diretora, Ione Farina lembra que, em 2008, uma aluna da escola, Renata Mores Artifon, que é prima do João, já havia chegado na semifi nal do concurso.
Sinal de que a família tem talento. João ainda não sabe se vai seguir carreira de escritor. Mas já está preparando mais poemas para escrever um livro, com ilustrações da mãe.
Esse é o pequeno, porém grande menino João, de Ipumirim, para Brasília.
O JOÃO DE IPUMIRIM
Blém, blém, blém!…
Toca o sino da matriz
São seis horas da manhã
Me acordo, sou o João!
O João da poesia
O João da antiga Vila Harmonia
O João da alegria
O bisneto nona Maria.
O João de Ipumirim
Que cuida do jardim
Que pratica esporte, lazer
Dança gaúcha folclórica, prazer.
O João que ama a escola
Vive chutando bola
Ama a rua onde mora
Não deixa pássaro na gaiola
O João que faz fogo no fogão
Que sapeca o pinhão
Que toca seu violão
Que bebe bom chimarrão.
O João que brinca na praça
Que com os amigo faz graça
Que anda de skate na esquina
Que sua bicicleta empina.
O João que dá bom dia
Pro vizinho, pro amigo, pra tia
Que a vida desafia
Convivendo com alegria.
O João que cultiva o chão
Cuida da terra com a mão
Planta milho, pipoca, feijão…
Divide tudo com o irmão.
O João que anda a cavalo
Que dá comida pro galo
Que no rio Engano pesca
Que com os amigos faz festa.
O João que nasceu nessa cidade
Que cresceu com liberdade
Tem amigos de verdade
Só existe amizade.
O João que aqui é feliz
Que aqui criou raiz
Que toca o sino da matriz
Que desse povo é um aprendiz.
Blém, blém, blém!…
Toca o sino da matriz
18 horas é a hora
Que na família a conversa rola