O sete municípios da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de São Miguel do Oeste receberão nesta semana os recursos repassados pelo Governo do Estado para amenizar os efeitos da estiagem que assola a região. Os prefeitos assinaram os convênios que garantem o repasse de mais de 196,7 mil, beneficiando cerca de 10 mil propriedades rurais.
Em Belmonte, rios, açudes e pastagens estão secando. Cerca de 50 famílias dependem da água de caminhões pipas.
Os valores são destinados para o transporte de água às famílias e animais, bem como a terceirização de equipamentos para produção de silagem e outras atividades que possam amenizar de imediato a situação da seca. O secretário regional de São Miguel do Oeste, Wilson Trevisan, destaca que os recursos são repassados conforme o número de propriedades rurais de cada cidade.
- Estamos trabalhando para atender os municípios de forma emergencial. Mas o Governo do Estado já apresentou também ações preventivas que serão efetivadas em seguida pela equipe da SDR e da Epagri – disse Trevisan lembrando dos R$ 10 milhões do Programa Juro Zero, já disponíveis para serem aplicados em sistemas de captação e armazenagem da água da chuva e irrigação pelos agricultores dos municípios atingidos pela estiagem.
Os municípios irão receber os seguintes valores: Descanso R$ 40,4; São Miguel do Oeste, R$ 43,4 mil; Guaraciaba, R$ 48,9 mil; Bandeirante, R$ 18,8 mil; Belmonte, R$ 13,8 mil; Paraíso, R$ 22,1 mil; e Barra Bonita, R$ 9,3mil, totalizando os R$ 196,7 mil.
85 Municípios em situação de emergência
Abelardo Luz
Águas de Chapecó
Águas Frias
Anchieta
Arvoredo
Bandeirante
Barra Bonita
Belmonte
Bom Jesus
Bom Jesus do Oeste
Caibi
Campo Erê
Caxambu do Sul
Chapecó
Cordilheira Alta
Coronel Freitas
Coronel Martins
Cunhataí
Cunha Porã
Descanso
Dionísio Cerqueira
Entre Rios
Faxinal dos Guedes
Formosa do Sul
Flor do Sertão
Galvão
Guaraciaba
Guarujá do Sul
Guatambu
Iporã do Oeste
Ipuaçu
Iraceminha
Irati
Irani
Itá
Itapiranga
Jardinópolis
Jupiá
Lajeado Grande
Lindóia do Sul
Maravilha
Marema
Modelo
Mondaí
Nova Erechim
Nova Itaberaba
Novo Horizonte
Ouro Verde
Paial
Palma Sola
Palmitos
Paraíso
Passos Maia
Peritiba
Pinhalzinho
Planalto Alegre
Ponte Serrada
Princesa
Quilombo
Riqueza
Romelândia
Saltinho
Santa Helena
Santa Terezinha do Progresso
Santiago do Sul
São Bernardino
São Carlos
São Domingos
São João do Oeste
São José do Cedro
São José do Cerrito
São Lourenço do Oeste
São Miguel da Boa Vista
São Miguel do Oeste
Saudades
Seara
Serra Alta
Sul Brasil
Tigrinhos
Tunápolis
União do Oeste
Vargeão
Xanxerê
Xavantina
Xaxim
*Lista atualizada em 23 de janeiro de 2012, pela Defesa Civil.
Uma equipe da Defesa Civil estadual realiza nesta semana, uma análise das necessidades dos municípios da Regional de São Miguel do Oeste referente à distribuição de água para consumo humano. Na tarde desta terça-feira, o secretário de Desenvolvimento Regional, Wilson Trevisan, recebeu o gerente de Logística e Mobilização da Secretaria de Estado da Defesa Civil, Renaldo Onofre Laureano Junior.
Durante o encontro foi estabelecido um cronograma de visitas aos municípios. O gerente de Logística da Defesa Civil esclarece que a intenção inicial é fornecer kits que contém quatro caixas de água, duas bombas e acessórios como cintos e mangueiras para o transporte de água. – Dessa forma o município pode equipar caminhões e levar água até as comunidades mais distantes – explica.
O secretário Regional, Wilson Trevisan, mencionou que a ação auxilia a resolver a questão de falta de água para consumo humano. – A solução é prática e de baixo custo. É isso que precisamos agora para atender emergencialmente os municípios – declara.
O gerente Renaldo Onofre Laureano Junior afirma ainda que a entrega dos kits deve iniciar na próxima semana, assim que o levantamento na Regional de São Miguel for concluído e que os municípios formalizarem seus pedidos para a Defesa Civil. Até quinta-feira à tarde, as visitas aos municípios estarão encerradas.
Reuniões nos municípios
Os primeiros levantamentos realizados pela Defesa Civil nesta terça-feira aconteceram nos municípios de São Miguel do Oeste e Guaraciaba. O gerente de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Agricultura da SDR de São Miguel do Oeste, Renato Romancini e o coordenador regional da Defesa Civil, bombeiro Daniel Caron também participam das reuniões nas cidades da região.
Na quarta-feira estão programadas as visitas aos municípios de Descanso, Belmonte e Bandeirante. Já na quinta-feira, 19, Barra Bonita e Paraíso recebem a visita da equipe. Pela parte da tarde, deverá ser realizada uma reunião para uma análise final do que foi levantado nos municípios, sendo definidas quais as cidades que receberão os kits de distribuição de água para consumo humano. A previsão é que os sete municípios recebam os equipamentos.
A estiagem que iniciou em novembro do ano passado está trazendo grandes prejuízos para a agricultura na região Oeste e Extremo-Oeste. Em Santa Helena as perdas na cultura do milho chegam à 70%. No fumo é próximo de 30% e na produção de leite, as perdas chegam a 50%.
- Decretamos situação de emergência em todo o território santa-helenense objetivando facilitar a liberação de recursos para atender essas famílias mais atingidas com a estiagem – disse o prefeito Wilso Pedro Oro.
Com esse decreto, chega a 81, o número de municípios em Situação de Emergência, de acordo com a última lista divulgada pela Defesa Civil de SC.
81 Municípios em situação de emergência
Abelardo Luz
Águas de Chapecó
Águas Frias
Anchieta
Arvoredo
Bandeirante
Barra Bonita
Belmonte
Bom Jesus
Bom Jesus do Oeste
Caibi
Campo Erê
Caxambu do Sul
Chapecó
Cordilheira Alta
Coronel Freitas
Coronel Martins
Cunhataí
Cunha Porã
Descanso
Dionísio Cerqueira
Entre Rios
Faxinal dos Guedes
Formosa do Sul
Flor do Sertão
Galvão
Guaraciaba
Guarujá do Sul
Guatambu
Iporã do Oeste
Ipuaçu
Iraceminha
Irati
Itá
Itapiranga
Jardinópolis
Jupiá
Lajeado Grande
Lindóia do Sul
Maravilha
Marema
Modelo
Mondaí
Nova Erechim
Nova Itaberaba
Novo Horizonte
Ouro Verde
Palma Sola
Palmitos
Paraíso
Passos Maia
Pinhalzinho
Planalto Alegre
Ponte Serrada
Princesa
Quilombo
Riqueza
Romelândia
Saltinho
Santa Helena
Santa Terezinha do Progresso
Santiago do Sul
São Bernardino
São Carlos
São Domingos
São João do Oeste
São José do Cedro
São Lourenço do Oeste
São Miguel da Boa Vista
São Miguel do Oeste
Saudades
Seara
Serra Alta
Sul Brasil
Tigrinhos
Tunápolis
União do Oeste
Vargeão
Xanxerê
Xavantina
Xaxim
Lista atualizada às 13h, do dia 17 de janeiro de 2012, pela Defesa Civil.
[Atualizado 15h22]
O boletim divulgado pela Defesa Civil de Santa Catarina às 15h desta sexta-feira mostra que 78 municípios estão em situação de emergência por causa da estiagem no Oeste e Extremo-Oeste.
Os últimos municípios a decretar foram Cordilheira Alta, Mondaí e São João do Oeste.
Chega a 78 as cidades em emergência:
Visualizar Cidades em situação de emergência em um mapa maior
[Atualizado 16h42]
A estiagem que atinge o Oeste de Santa Catarina persiste e, de acordo a Defesa Civil, 75 municípios já decretaram estado de emergência. Iporã do Oeste foi o último município a decretar. Sendo que seis pertencem a SDR de Dionísio Cerqueira, sete a SDR de São Miguel do Oeste, sete a SDR de São Lourenço do Oeste, 12 municípios da SDR de Maravilha, sete da SDR de Palmitos, seis a SDR de Quilombo, 10 a SDR de Chapecó, 14 a SDR de Xanxerê, três municípios pertencem a SDR de Seara e três a SDR de Itapiranga. Esses números representam mais de 70 mil propriedades rurais. Um pacote de medidas de auxílio aos agricultores deve ser anunciado pelo Governo Federal ainda nesta quinta-feira .
Na segunda-feira, dia 16, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, vem a Santa Catarina vistoriar as consequências da falta de chuva e reforçar as ações emergenciais. Esta foi a definição da reunião que o governador Raimundo Colombo teve nesta manhã de quinta-feira, no Palácio do Planalto, também com a presença do ministro de Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence; do secretário Executivo da Casa Civil, Gilson Bittencourt, e de representantes do Ministério da Integração Nacional e do Ministério de Relações Institucionais.
Conforme Colombo, a expectativa é que estas medidas beneficiem todos os 74 municípios em situação de emergência por conta da seca, iniciada em outubro passado.
- São mais de R$ 400 milhões em perdas na agricultura familiar, na agropecuária e nas agroindústrias. Os prejuízos sociais e econômicos vistos na região exigem ações imediatas – salientou o governador, que apresentou aos presentes o Relatório de Acompanhamento dos Prejuízos Causados pela Estiagem em SC.
Por outro lado, os ministros informaram que a previsão é de que o Governo Federal auxilie no rápido pagamento do seguro agrícola aos produtores que tiveram perdas por conta dos problemas climáticos.
Em Santa Catarina, 80% das propriedades prejudicadas estão cobertas, o que representa aproximadamente R$ 700 milhões. As demais ações dos Ministérios serão no sentido de evitar a falta de abastecimento para consumo humano, com compra de caminhões pipa e dar agilidade aos processos junto a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para abertura de poços artesianos em pelo menos 38 municípios catarinenses que já apresentaram propostas.
Durante o encontro, os catarinenses apresentaram o plano para construção de mil açudes de médio e grande portes, aquisição de 74 caminhões-pipa e perfuração de 371 poços artesianos, sendo cinco para cada município em estado de emergência. Entre as demandas do Estado para amenizar o drama dos agricultores está a criação de uma linha de crédito de emergência para os produtores atingidos pela estiagem para que possam plantar lavouras de safrinha e custear atividades de pecuária, principalmente no que se refere à alimentação dos animais.
Prorrogação de prazos para pagamento do crédito rural
Colombo e o secretário de Estado da Agricultura, João Rodrigues, solicitaram aos Ministros a prorrogação de prazos para pagamentos de dívidas do crédito rural para os agricultores atingidos, transferindo parcelas vencidas ou vincendas de 2012 para o final dos contratos, ou por no mínimo um ano. Para apoiar investimentos diretamente nas propriedades rurais, o Estado reivindica a liberação de crédito subsidiado, sem juros, destinados à construção de 13,2 mil açudes e reservatórios de água da chuva, e financiamento dos sistemas de irrigação, visando atender áreas irrigadas de até 5 hectares por propriedade. O crédito subsidiado também será destinado à construção de 26,4 mil cisternas e reservatórios de água para consumo na propriedade.
Visando complementar as medidas de apoio imediato aos atingidos pela estiagem e a recuperação da renda das famílias rurais, os catarinenses solicitaram ainda a liberação de R$ 10 milhões para aquisição de 200 mil sacos de adubo, a serem distribuídos a fundo perdido, para 20 mil agricultores.
- Essa medida permitirá aos agricultores o plantio da safrinha e das pastagens de inverno. O Governo do Estado se propõe a complementar esses recursos com R$ 2 milhões e a ação poderá incluir o fornecimento de sementes, onde necessário – afirma o secretário João Rodrigues.
Participaram do encontro o secretário da Defesa Civil, Geraldo Althoff, secretário da Agricultura, João Rodrigues, presidente do Deinfra, Paulo Meller, consultora Geral da secretaria de Articulação Nacional, Lourdes Martini, senador Luiz Henrique da Silveira e deputado Celso Maldaner.
Fonte Secretaria de Estado de Comunicação
Já são 75 municípios em Situação de Emergência. Barra Bonita e Iporã do Oeste entraram na lista nesta quinta-feira.
Lista atualizada às 16h, do dia 12 de janeiro de 2012, pela Defesa Civil.
Visualizar Cidades em situação de emergência em um mapa maior
Devido à ausência de chuvas desde o início do mês de dezembro, já são várias as conseqüências no município como falta de água em diversas fontes, açudes secando, pastagens perdendo o vigor, lavouras de milho e soja com perdas. Além da queda na produção leiteira, o gado de corte está perdendo peso e avicultores enfrentando grandes dificuldades para manter a produção de aves.
- Os laudos apresentam uma perda de 40% nas lavouras de milho, 25% nas lavouras de soja e uma queda de 25% na produção leiteira no município, e que vem se agravando a cada dia sem chuva – disse o secretário municipal do desenvolvimento rural, Saulo Tarso Sutilli.
Até o momento, a vazão de água disponível no Rio Macaco e a utilização do Poço Profundo no Aquífero Guarani, tem garantido regularidade no abastecimento de água para a área urbana.
>> Ministro da Integração Nacional vem ao Sul na sexta-feira para anunciar medidas contra a seca
>> Açude seca e animais perdem 20% do peso
73 Cidades em situação de emergência
Abelardo Luz
Águas de Chapecó
Águas Frias
Anchieta
Arvoredo
Bandeirante
Belmonte
Bom Jesus
Bom Jesus do Oeste
Caibi
Campo Erê
Caxambu do Sul
Chapecó
Coronel Freitas
Coronel Martins
Cunhataí
Cunha Porã
Descanso
Dionísio Cerqueira
Entre Rios
Faxinal dos Guedes
Formosa do Sul
Flor do Sertão
Galvão
Guaraciaba
Guarujá do Sul
Guatambu
Ipuaçu
Iraceminha
Irati
Itapiranga
Jardinópolis
Jupiá
Lajeado Grande
Lindóia do Sul
Maravilha
Marema
Modelo
Nova Erechim
Nova Itaberaba
Novo Horizonte
Ouro Verde
Palma Sola
Palmitos
Paraíso
Passos Maia
Pinhalzinho
Planalto Alegre
Ponte Serrada
Princesa
Quilombo
Riqueza
Romelândia
Saltinho
Santa Terezinha do Progresso
Santiago do Sul
São Bernardino
São Carlos
São Domingos
São José do Cedro
São Lourenço do Oeste
São Miguel da Boa Vista
São Miguel do Oeste
Saudades
Seara
Serra Alta
Sul Brasil
Tigrinhos
Tunapólis
União do Oeste
Vargeão
Xanxerê
Xaxim
Lista atualizada às 17h, do dia 11 de janeiro de 2012, pela Defesa Civil.
Mais três cidades no Oeste de Santa catarina decretaram situação de emergência devido à estiagem. Com o decreto de Abelardo Luz, Paraíso e Saltinho, o número de cidades que sofrem com a escassez de chuva chegou a 70 nesta quarta-feira.
Na próxima sexta-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, anunciou que virá ao Sul para anunciar um pacote de medidas contra a seca.
>> Açude seca e animais perdem 20% do peso
Por conta da estiagem no Estado, a Epagri/Ciram emitiu um boletim sobre o clima na região. A previsão para quinta-feira é que o tempo fique instável nas regiões do Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste, devido ao deslocamento de uma frente fria pelo Sul do Brasil, o que causará chuva fraca na madrugada e manhã.
Os volumes de chuva esperados para o dia variam entre 10 e 20 mm, podendo ser superados em pontos isolados. As temperaturas continuam altas e o vento será fraco com alguma rajadas mais intensas.
Comente aquiDarci Debona | darci.debona@diario.com.br
Santa Catarina decretou ontem situação de emergência nos 64 municípios que já encaminharam relatórios de perdas devido à estiagem. Outros três municípios já decretaram, mas ainda não encaminharam a documentação. De acordo com o secretário de Agricultura, Airton Spies, o decreto permitirá agilizar a contratação de serviços e a liberação de recursos. Spies disse que ontem foi atualizado o cálculo das perdas e elas já atingem R$ 440 milhões. Cerca de metade desse valor é na lavoura de milho, que tem perda de aproximadamente 10% no estado, o que representa algo em torno de 400 mil toneladas.
Em virtude do aumento do número de municípios em situação de emergência o Governo do Estado também aumentou o repasse de recursos, que era de R$ 1,25 milhão na sexta-feira passada, para R$ 1,357 milhão. O dinheiro é destinado às Secretarias de Desenvolvimento Regional, que faz o convênio com os municípios. Ontem a presidente Dilma Roussef fez uma reunião ministerial em que ainda não anunciou recursos para Santa Catarina, mas determinou à Casa Civil um pacote de combate à seca.
>> Chega a 67 número de municípios em situação de emergência devido à estiagem em SC
Spies entende que há necessidade de renegociação das dívidas, crédito emergencial para plantio de safrinha, verba para equipamentos de transporte de água, facilitação de acesso ao Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e recursos para obras de captação, armazenamento e irrigação. Na quarta-feira representantes do Governo do Estado estarão em Brasília para negociar recursos.
Na avaliação do coordenador da Federação dos Agricultures da Agricultura Familiar de Santa Catarina, Alexandre Bergamin, há necessidade de aporte maior de recursos.
Ele entende que tanto o Governo Federal quanto o Estadual devem investir mais na construção de cisternas. Mas o mais urgente é o apoio na distribuição de água e a renegociação das dívidas.
Agricultores como Valdemar Voitchoski, de Planalto Alegre, praticamente ficaram sem renda. Ele plantou cinco hectares de melancia onde esperava colher 100 mil quilos e tirar cerca de R$ 45 mil vendendo a R$ 0,45 ao quilo. Mas a falta de chuva provocou uma quebra de 70%. As melancias que eram para pesar 15 quilos ficaram apenas com metade do peso e bem feias. Ele recolheu as melhores e espera vendê-las a R$ 0,10 por quilo para tirar os R$ 12 mil de despesas. -Dá dó de deixar na roça- disse. Nos cinco hectares de milho, a quebra será de 60%.
Juliano Zanotelli | juliano.zanotelli@rbsonline.com.br
No relatório das 19h da Defesa Civil, 63 municípios haviam registrado situação de emergência. Outros dois municípios da região, Palmitos e Guarujá do Sul, também decretaram situação de emergência, mas a documentação ainda não chegou à Defesa Civil do Estado.
Valdecir Camatti, de Planalto Alegre, teve 70% de quebra numa lavoura de três hectares de milho e 40% em outra. Ele pretendia vender o milhos mas, como as plantas não tiveram bom desenvolvimento por falta de água, vai fazer silagem para as vacas.
65 Cidades em situação de emergência
Águas de Chapecó
Águas Frias
Anchieta
Bandeirante
Bom Jesus
Bom Jesus do Oeste
Caibi
Campo Erê
Caxambu do Sul
Chapecó
Coronel Freitas
Coronel Martins
Cunhataí
Cunha Porã
Descanso
Dionísio Cerqueira
Entre Rios
Faxinal dos Guedes
Formosa do Sul
Flor do Sertão
Galvão
Guaraciaba
Guarujá do Sul*
Guatambu
Ipuaçu
Iraceminha
Irati
Jardinópolis
Jupiá
Lajeado Grande
Maravilha
Marema
Modelo
Nova Erechim
Nova Itaberaba
Novo Horizonte
Ouro Verde
Palma Sola
Palmitos*
Passos Maia
Pinhalzinho
Planalto Alegre
Ponte Serrada
Princesa
Quilombo
Riqueza
Romelândia
Santa Terezinha do Progresso
Santiago do Sul
São Bernardino
São Carlos
São Domingos
São José do Cedro
São Miguel da Boa Vista
São Miguel do Oeste
Saudades
Seara
Serra Alta
Sul Brasil
Tigrinhos
União do Oeste
Vargeão
Xanxerê
Xaxim
*Defesa Civil ainda não recebeu a documentação dos decretos destes municípios. Dados do relatório das 19h da Defesa Civil, do dia 06/01.
Darci Debona | darci.debona@diario.com.br
Os efeitos da estiagem no Oeste já começam a ser sentidos também nas torneiras dos moradores da zona urbana. Quatro municípios estão fazendo rodízio no abastecimento de água: Seara, Anchieta, Guaraciaba e São Miguel do Oeste.
Seara ontem decretou situação de emergência aumentando para 56 o número no Estado. A cidade foi dividida em duas partes e cada uma recebe água apenas 12 horas por dia. De acordo com o chefe da agência local da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Marcelo Cozer, o rio Caçador, que abastece a cidade, diminuiu a vazão em 70%. Com isso a produção de água tratada está em apenas metade da demanda de 120 litros por hora.
>> Governador anuncia R$ 1,25 milhão para municípios atingidos com a estiagem
Com isso a água acaba não chegando nas partes mais altas da cidade. A Casan está abastecendo cerca de 50 famílias com caminhão-pipa. O problema se agravou em virtude de um problema no poço profundo que tem vazão suficiente para atender toda a cidade. Em dezembro uma bomba queimou e, quando foram trocá-la, a tubulação e a bomba caíram a uma profundidade de 103 metros.
O superintendente regional de negócios da Casan no Oeste, Écio Bordignon, disse que uma empresa deve ser contratada hoje para fazer a retirada do material para poder colocar o poço novamente em funcionamento.
Em São Miguel do Oeste o Rio Cambuim secou e a cidade está sendo abastecida apenas com um poço profundo do Aqüífero Guarani, que produz 130 mil litros por hora, pouco mais da metade da demanda da cidade. O fornecimento foi dividido em 12 horas para a parte alta da cidade e 12 horas para a parte baixa.
O esquema é o mesmo em Anchieta, onde também secaram os mananciais que abastecem a cidade. Em Guaraciaba o problema é a vazão dos poços artesianos que diminuem o fornecimento de água nesse período. A Casan aumentou a perfuração de dois poços, de 150 para 300 metros, e conseguiu aumentar um pouco a vazão. Mesmo assim são efetuadas manobras de registro em que os moradores ficam de seis a oito horas sem água por dia
-Nossa avaliação é que a cada dia a situação preocupa mais- disse Bordignon. Ele informou que a Casan está adotando algumas medidas emergenciais que são a perfuração de poços em Iporã do Oeste, Modelo, Anchieta, Guaraciaba, Videira, Palmitos, São Domingos e Descanso.
Aproveitando a água da chuva
Sem receber água da rede, muitos moradores de Seara aproveitaram para guardar um pouco de água da chuva de ontem em baldes e bacias. Lourdes Antunes, moradora do bairro Bela Vista, colocou o balde na goteira e começou a esfregar a calçada. Afinal, ela tem que aproveitar cada gota. Ela ficou três dias sem água e ontem recebeu um pouco do caminhão pipa da Casan. Seu marido, Domingo Antunes, disse que chegou a ficar sem banho em alguns dias. O filho, Gilmar Antunes, foi nos vizinhos. Para lavar a louça e beber a família vai no centro da cidade e enche litros usados de refrigerante.
O vizinho Décio Gasperin chegou a comprar uma caixa de água nova para tentar construir a cisterna. Mas ele não tinha montado o sistema até a chuva de ontem e conseguiu armazenar muito pouco. A torneira da rede da Casan geralmente está sem água. Desde segunda-feira passada ela jorrou o líquido só no sábado e no domingo. –Chegamos a tomar banho com regador- disse Janice Gasperin. E a água do banho ainda é captada numa bacia, para ser utilizada no vaso sanitário. A família não recebeu água nem do caminhão-pipa. –A gente paga só o vento- reclama Janice. A roupa suja ela leva para a casa dos pais, que moram distante 10 quilômetros, no interior de Seara.
O agricultor Ernesto Tochetto também recolheu um pouco de água com um balde. Para ele a chuva até que foi boa. É que ele tem uma fonte na propriedade e, com a chuva, deve melhorar a vazão. –Vai resolver por uns três a quatro dias- explicou. Mas, na lavoura de milho, a chuva não recupera as perdas de 30 a 40%.