
A Festa da Uva se transformará em importante palco político neste sábado à tarde, se confirmada a visita do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Nesse caso, devem passar pelos Pavilhões o próprio Serra, a governadora Yeda Crusius (PSDB) e o ex-ministro Tarso Genro (PT). Os três são pré-candidatos, Serra ao Planalto e Yeda e Tarso, ao Piratini.
Yeda teria de vir de última hora. Não vir seria deselegância com Serra e um grave sinal de distanciamento entre tucanos de peso emitido ao país. Meses atrás, desgastada por sucessivas denúncias contra seu governo, o PSDB nacional, com medo de respingos graves na candidatura de Serra ao Planalto, tentou manter distância da governadora. O presidente nacional da sigla, senador Sérgio Guerra, chegou a afirmar que a política regional teria de se submeter aos interesses nacionais, o que é uma obviedade, mas foi preciso que fizesse a reafirmação.
No entanto, o momento da governadora agora é outro, a fase das denúncias foi superada, ainda que a custo de muito desgaste, e Yeda vive um período de agenda positiva, comemorando inaugurações e uma boa relação com as prefeituras. Por isso, é natural que tenha de alterar a agenda para receber Serra. A relação política entre ambos tornou-se digerível, mas ainda é distante, como sugere a foto acima, na inauguração da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte, na quinta-feira. E assim é que chegam à Festa da Uva.
Bem diferente é a relação com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que desistiu da indicação ao Planalto e é pressionado para aceitar a vaga de vice. Yeda está mais próxima dele, como se percebe na foto. E até agradeceu ao mineiro em seu twitter: “O governador não esqueceu ninguém, menção de “guerreira”. Mil vezes valeu, Aécio”
Mas Serra e Yeda não ficam sem concorrência. Tarso Genro é ex-ministro, agora pré-candidato ao Piratini, mas peso-pesado na defesa dos interesses do governo federal. Tarso e Serra, e Yeda por extensão, manterão encontros com empresários na rápida passagem por Caxias.
À última hora, a Festa da Uva recupera o espaço de palco político em ano eleitoral, ainda que o governo federal não tenha valorizado a programação. Teve outras prioridades. Tarso salvará a pátria por acaso, pois não estava nada previsto essa visita coincidente com a do governador paulista. Se não viesse, Serra e Yeda deslizariam pela Festa da Uva sem concorrência.
Postado por Ciro Fabres, Caxias do Sul