Ciro Fabres

“Nessas horas, a gente percebe o quanto é importante usar o cinto de segurança”

GERMANO RIGOTTO (PMDB), ex-governador e pré-candidato ao Senado, que capotou caminhonete em que viajava neste domingo na RS-122, em Bom Princípio. Rigotto não se machucou

No sábado, Denise desfilou no bloco Unidos da Zona Norte e na escola de samba Protegidos da Princesa.

Denise avalia como boa a iniciativa das escolas em realizar o Carnaval mesmo sem apoio financeiro do Município. E entende que é necessário pensar numa lei que regulamente o repasse de verbas.

O ideal, mesmo, é que as escolas evoluam até a autossustentação.

Caxias e Carnaval sempre foi uma equação malresolvida. Nos últimos anos, essa suposta incompatibilidade, alimentada por uma série de fatores, verbas mal-aplicadas e um calendário rotativo que invade março, as aulas e a Quaresma, só fez piorar. Mas essa incompatibilidade é só suposta, porque, vai se ver, não é exatamente assim. Circula com desenvoltura uma ideia de que Caxias e Carnaval é um pra cá, outro pra lá, um descompasso completo do samba que se atravessa na Sinimbu. É uma visão que não se conjuga com a realidade.

Caxias mudou. Caxias, para lamúria de uns, mas para demonstração de força da cidade, atrai gente de todos os lados. Queiram ou não, Caxias e a região oferecem mais estrutura e mais oportunidades a quem por aqui chega. Há regiões, e nem precisamos sair do Estado, no mais completo atraso. Regiões onde a população diminui. E de lá saem moradores em excursões atrás de melhores dias, que por aqui aportam por mérito indiscutível da gente da Serra. Há quem queira colocar guardas, sentinelas e trombetas nos portões da cidade como política habitacional e de segurança, mas o resultado é que a cara de Caxias está mudada.

Caxias misturou-se, e isso, apesar de algumas consequências conflituosas e que desorganizam o funcionamento da cidade, é muito bom. É troca, é diversidade de manifestações, é simbiose cultural criando uma forma diferenciada e particular de expressão. E acreditem, até gente que gosta de Carnaval vem para Caxias, onde encontra moradores que já gostam da festa. Além do que Caxias é Brasil, e o Carnaval tem todas as condições de se impor por aqui. Aliás, Carnaval que, em suas melhores traduções, é expressão comunitária e de festa popular.

Houve sérios deslizes, no entanto, no encaminhamento do Carnaval caxiense, que reforçam a ideia equivocada de que, por aqui, Carnaval não pode dar certo. Pode sim, e pode até crescer. Os principais foram as tais verbas mal-aplicadas, o descompasso com o calendário da Festa em todo o país e, como consequência, uma divisão, a formação de dissidência, um grupo de escolas pra cá, outra pra lá. A ponto de o Carnaval deste ano ter apenas 12 mil pessoas na Sinimbu, em dois dias. É uma pena.

É hora de acertar o passo, a partir de agora. Gente e comunidade para fazer um bom Carnaval, isso não falta.