Então ficou decidido o obvio, que os idosos que não puderem não passam pelas catracas. Cai, dessa forma, o vergonhoso “sem exceção” que constava dos cartazes nos ônibus.
Para que isso acontecesse, foi preciso meses de desconforto para os idosos e uma reunião entre a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Vinicius Ribeiro, na manhã desta sexta-feira (foto).
A história toda é pontilhada de situações que beiram o inverossímil, isto é, de situações difíceis de acreditar:
* A ausência do secretário na audiência pública para discutir a obrigatoriedade da transposição das catracas pelos idosos, quinta-feira, na Câmara, um problema diretamente sob sua gestão.
* O cartaz com a expressão “sem exceção”, que não constava do acordo entre prefeitura, Visate, Procon, Conselho Municipal do Idoso e Associação dos Aposentados e Pensionistas, mediado pelo Ministério Público. Quem fez? Por que a expressão foi acrescentada?
* O mesmo cartaz continha os logotipos da prefeitura, do Procon, do Ministério Público e da Associação dos Aposentados e Pensionistas. Será que os representantes de todas essas entidades, órgãos e instituições não leram o que estava escrito? Quem revisou o cartaz? Será que houve revisão?
* A responsabilidade pela expressão “sem exceção” no cartaz o secretário jogou no colo da Visate.
* A leitura do material informativo sobre a reunião, distribuído pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade e pela Câmara de Vereadores. Neles está escrito que “o secretário Vinicius foi sensível em sua decisão” de rever a obrigatoriedade. Não é um mimo?
Muitos tombos depois, o secretário finaliza a polêmica:
- A partir de agora vou orientar a empresa Visate a não obrigar que todos passem pela catraca.
Porém, uma perguntinha não está respondida: quem determinou a obrigatoriedade de que os idosos passassem pela catraca?
Postado por Ciro Fabres, Caxias do Sul