
Na edição de seu aniversário, a revista americana Smithsonian fez um exercício de futurologia e enumerou 40 novidades que conheceremos até 2050, a partir de pesquisas e reflexões que já começam a ser levadas a sério hoje. No site da publicação, vídeos e reportagens detalham cada proposta: há quem pense que carros elétricos serão dados de graça, que prédios sofisticados serão construídos de barro ou que descobriremos vida fora da Terra. No site, você pode conhecer todas as projeções.
As ideias, claro, são exploradas a partir de uma perspectiva norte-americana. Uma pesquisa encomendada pela revista nos EUA mostrou que, de maneira geral, há otimismo no país quanto ao futuro. A principal preocupação é quanto ao meio ambiente: 70% prevêem uma grave crise energética. O maior otimista é Barack Obama, que assina um dos artigos da publicação. Para o presidente americano, a principal meta do país é ganhar a corrida da energia limpa: “É por isso que estamos fazendo os investimentos mais significativos da nossa história em energia limpa, oferecendo subsídios a empresas que produzem turbinas eólicas e paines solares, que vão nos ajudar a dobrar a produção de energia renovável nos próximos anos”.

Nesta linha, o carro elétrico é uma das principais apostas. É este que o empreendedor Shai Agassi acredita que será dado de graça no futuro. Em um modelo de negócios parecido com o que vemos hoje principalmente com celulares, pagaríamos taxas mensais para recarregar bateriais.
Energia também é um desafio aos cientistas e engenheiros focados em desenvolver aparelhos eletrônicos que poderão ser incorporados a nós, como lentes de contato que projetam informações sobre as coisas com as quais interagimos no ambiente. No lugar de baterias, que tal converter a energia gerada pelo calor e pelo movimento do próprio corpo humano? É isso que um dos programas da Darpa (o departamento de pesquisa da Defesa dos EUA) estuda hoje.

Seja com dispositivos incorporados ou novos aparelhos que nem somos capazes de imaginar, é provável que nossa vida seja muito mais conectada em 2050. A aposta de Vinton Cerf, vice-presidente de engenharia do Google, é que tudo estará online, todos os dispositivos serão capazes de conversar entre si, vão conhecer nossas preferências e nosso estilo de vida talvez melhor do que nós mesmos. Será enfim a concretização do sonho da geladeira inteligente?

Do livro às telas onipresentes. Kevin Kelly, visionário na internet e um dos fundadores da revista Wired, defende que a leitura do futuro exigirá mais do que mexer os olhos e virar páginas: em um cenário estilo Minority Report, cada vez mais nosso corpo inteiro será usado para explorar textos disponíveis na web. “A leitura vai se tornar uma atividade mais atlética. Assim como era estranho há cinco séculos ver alguém ler silenciosamente, no futuro vai parecer esquisito ler sem movimentar o corpo.” A projeção não difere muito do mundo superconectado de Vinton Cerf – a internet tem que estar em tudo, cada objeto é um link que poderá acionar novos textos.

Se a leitura já começou a mudar, nossa relação com a música também não será mais a mesma. Entre as previsões de Tod Machover, músico e pesquisador do MIT, estão as músicas “customizadas”: produzidas sob medida pelo próprio ouvinte ou até sob prescrição médica. Quem sabe um som que tem o poder de deixá-lo mais focado ou tranquilo pode ser produzido por encomenda? O professor de criadores de jogos como Guitar Hero e Rock Band já colocou sua visão em prática: é inventor do Hyperscore, um programa de computador que permite a criação musical mesmo por quem não entende nada do assunto.
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Não deixe de entrar no site da revista para explorar mais projeções. Depois, dê sua opinião: como vai estar o mundo em 2050?

Imagens: Reprodução, Smithsonianmag.com