O Grêmio perdeu mais uma vez, levou gol de cabeça mais uma vez, Victor falhou mais uma vez e o ataque foi inoperante mais uma vez.
Tudo se repetiu.
Mas foi diferente.
O Grêmio jogou bem contra o Flamengo, no Engenhão. O tripé de meio-campo, Gilberto Silva, Adilson e Rochemback, tornou o time robusto. O Grêmio dominou boa parte do jogo e teria vencido, se tivesse ataque. À exceção dos Gre-Nais do Campeonato Gaúcho, foi a melhor apresentação do time em 2011.
Foi, de fato, uma evolução.
Há muitas coisas erradas no Grêmio, claro que há. Um goleiro que joga só no nome, um zagueiro que não salta, meias pachorrentos, atacantes que não têm sutileza no momento de chutar em gol. Mesmo assim, agora não é hora de mudar. Agora é hora de ter calma.
A saída de Vicente Martins da vice-presidência de futebol, por si só, não muda nada: o clube é presidencialista, a condução é do presidente, nenhuma decisão importante é tomada sem seu consentimento. E trocar de técnico a cada 40 dias é a fórmula perfeita para um time despencar para a segunda divisão.
Agora, a direção tem de se concentrar em melhorar o time, em suprir as carências. A principal delas: homens que saibam marcar gol. Não adianta o esquema ser bom, não adianta todos os jogadores se empenharem como hoplitas espartanos, não adianta o time dominar o jogo, se, no coração da grande área, não circule alguém que saiba deslocar a bola do goleiro ou mandá-la rasteira no canto. O Grêmio precisa urgentemente de atacantes. E, se der, talvez mais um zagueiro que tenha afeição pela bola aérea.
Essa é a missão do novo vice de futebol. Neste momento, o Grêmio precisa se unir. E deixar quaisquer cirurgias profundas para a última esquina do Campeonato Nacional, quando o time estiver a salvo dos odores mefíticos da segunda divisão.
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