O texto abaixo está na coluna de Sérgio Zambiasi, na contracapa do DG desta quarta-feira.
Procura-se Ritielle
Ela tem 14 anos, morena clarinha, 1,60m, cabelos pretos, longos e ondulados. Fugiu de um abrigo em Viamão no qual já estava há cinco meses. Foi internada pela mãe para tentar livrar-se da dependência do crack. Dona Marlise esteve comigo ontem, e me disse não saber mais o que fazer e nem para quem apelar. Tudo começou no ano passado, quando apareceu na frente da escola onde ela estudava, na Parada 42 de Viamão, na Vila São Tomé, aquele rapaz metido a conquistador, que arrebatou o coração da menina. Ela tinha apenas 13 anos de idade e não resistiu aos encantos do homem que seria sua perdição.
Com passagens pela polícia, tendo inclusive sido preso por tráfico de drogas, o maucaráter não teve nenhum pudor em oferecer a Ritielle o prazer fugaz da pedra maldita. Os pais só descobriram quando já era tarde demais. Colegas e professores se mobilizaram, a polícia foi chamada para fazer rondas junto à escola, mas o mal já estava feito, pois a adolescente, como sempre acontece com quem entra no mundo do crack, estava dominada pela droga. Depois de muita luta, seus pais conseguiram interná-la, mas os efeitos do vício são devastadores.
Depois de cinco meses de abstinência, na sexta-feira, dia 9 de setembro, a adolescente desapareceu sem deixar pistas. De lá para cá, a família não tem feito outra coisa senão procurar a menina. Com apenas 14 anos, viciada e, segundo a mãe, apaixonada pelo traficante, ela sumiu sem deixar pistas e nem dar notícias. Espero que não, mas, depois de tantos dias sumida, ela pode simplesmente estar vagando tipo um zumbi pelas bocas de fumo da região, já que seu pretenso namorado, sabendo que o caso já está com registro policial, deve tê-la abandonado ao seu próprio e infeliz destino. Se alguém por acaso cruzar com a Rittielle, por favor, informe ao plantão policial mais próximo, pois ela está precisando de socorro.
Até amanhã, se Deus quiser.