O texto abaixo está na coluna Ponto Final, na contracapa do Diário Gaúcho.
Novela da vida real
As boas novelas têm mistério, intrigas, traições e muitas paixões. A trama pode demorar meses, causar suspense e ansiedade entre os telespectadores, mas todos sabem que o final será aquele que está previsto desde o início do folhetim. Ou seja, os mocinhos serão felizes para sempre e os malvados, execrados.
A novela Ronaldinho apresentou ingredientes bem parecidos aos das tramas da Globo. Causou emoção, angústia, ódio e revolta por um período curto, é claro, mas de muita expectativa entre os torcedores tricolores.
Poucos gremistas se manifestaram contra a contratação, alegando a traição do craque em 2001. A maioria vislumbrava Ronaldinho como o grande diferencial para a Libertadores. Seria, com certeza.
Diferente das tramas globais, que são belas histórias de ficção, a novela sobre o vai-e-vem de negociações com a família Assis Moreira é real (ou foi). Por isso, o sentimento de traição entre os tricolores é ainda maior. Dói mais.