
Klécio Santos
A espuma criada pela oposição contra José Antonio Toffoli se esvaiu com o elogio de Arthur Virgílio ao indicado de Lula ao Supremo. O gesto de grandeza de um dos maiores críticos do Planalto foi um tapa de luva no PT, que no passado se opôs violentamente ao nome de Gilmar Mendes, à época nomeado por FH. Desde que Lula confirmou o nome do ex-advogado de suas campanhas políticas, sobraram críticas a Toffoli e ao governo. A militância e a falta de lustro acadêmico a sua biografia eram as principais restrições. O grande temor da oposição é de que Toffoli se torne um ministro alinhado com os interesses do governo, principalmente no caso da deportação de Cesare Battisti e no julgamento do mensalão.
– São tantas as questões ligadas a Vossa Excelência que, se for se declarar impedido em todas, ficará de férias no Supremo Tribunal Federal – atacou o tucano Álvaro Dias.
Exageros à parte, as indicações de Lula não significam obediência ao Planalto. Ayres Britto concorreu a deputado pelo PT, e poucos ousam criticá-lo. No recente julgamento de Antonio Palocci, por exemplo, Britto votou contra o petista. E Gilmar Mendes, tido como simpatizante do tucanato, a favor. É certo, porém, que Lula anda descontente com o Supremo. E isso prevaleceu na sua opção por Toffoli, em detrimento do até então favorito à vaga, o presidente do STJ, Cezar Asfor Rocha. Mas nos bastidores, o próprio Asfor se conformou com a escolha e espera agora a aposentadoria de Eros Grau em 2010.
Postado por Sucursal Brasília
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