
Klécio Santos
O conchavo mais importante para a candidatura de Dilma Rousseff não ocorreu na reunião da ministra com o PDT, mas num jantar do PMDB na casa do líder Henrique Eduardo Alves. Enquanto saboreava um bobó de camarão regado a vinho gaúcho, a cúpula do PMDB digeria a proposta de firmar um pré-compromisso com Lula para 2010, com o partido escolhendo o vice de Dilma. De todos os presentes, os mais animados eram os comandantes do Congresso José Sarney e Michel Temer, escudados por Renan Calheiros e o próprio Henrique Eduardo Alves. Estão todos embasbacados com a popularidade de Lula, que ultrapassa os 80%. A cúpula acredita que tamanha aprovação popular, somada ao apoio do PMDB, será capaz de alavancar Dilma nas pesquisas com rapidez.
– É um acordo mútuo, uma aposta de Lula no PMDB e vice-versa, mesmo com os atuais índices da Dilma nas pesquisas e alguns desarranjos nos Estados – confidencia um dos convivas.
Durante o jantar, ficou definido um prazo para esperar pela decolagem de Dilma: maio de 2010. Se até lá ela não se mostrar uma candidata competitiva, nada assegura que a tese de aliança com o PT prevalecerá na convenção. Os caciques, contudo, apostam no crescimento da ministra para driblar as resistências internas, inclusive de gente com assento na Esplanada, como Geddel Vieira Lima. Diante das dúvidas, o partido vai adotar uma postura cautelosa e não pretende mais falar em Michel Temer para vice, como forma de não atrelá-lo à possível aliança. Sarney, Temer & Cia, porém, irão até Lula anunciar que o namoro ganhou contornos de noivado. E claro, aparecer na foto ao lado do Lula olímpico.
Postado por Sucursal Brasília
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