Klécio Santos
As gravações da Polícia Federal flagrando o tráfico de influência da família Sarney junto ao governo só escancaram o que todo mundo já sabia. Os ministérios sempre foram feudos partidários, ainda mais quando o titular é do PMDB. No caso do clã maranhense, as pastas controladas pelo patriarca José Sarney servem mais à família do que ao partido. Questão de prioridade.
Talvez por isso – já que o Ministério das Minas e Energia serve apenas aos interesses de um único cacique – o PMDB cobice mais território na Esplanada. A cúpula da legenda diz que os seis ministérios que detém são insignificantes em comparação com partidos menores, como PP e PR, gerentes de cofres mais vultosos como as pastas das Cidades e dos Transportes. O PMDB sabe que a partilha de poder pouco mudará no governo Lula. Por isso a pressa de Michel Temer & Cia em se atrelar à candidatura Dilma Rousseff. É num eventual governo da mãe do PAC que o PMDB espera obter mais poder e influência. Dilma adorou o assédio, mas seus interesses são outros. Ela deseja o tempo de TV do partido.
Dilma também investe em outros flertes. Na última semana, atraiu o PDT e o PC do B, que até pouco tempo formavam o antigo bloquinho sob a liderança de Ciro Gomes. Com a investida, o Planalto isola Ciro na sua tentativa de disputar à Presidência. Se o restante da base governista tiver o mesmo apetite do PMDB, vai faltar espaço para o PT. O partido, porém, é refém da popularidade estelar de Lula e já não tem mais forças para contrariar as vontades do presidente.
Postado por Sucursal Brasília
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