Diários de Brasília

Uma homenagem à classificação da Argentina.

Postado por Fábio Schaffner

Klécio Santos
A popularidade recorde começa a embaçar o discernimento do presidente Lula. Ao cabo do périplo pelas obras de transposição do São Francisco, no qual apresentou Dilma Rousseff ao seu eleitorado cativo no Nordeste, Lula negou o evidente caráter eleitoral da viagem ao afirmar que transposição não rima com eleição, nem com sucessão.
É bem verdade que a obra é de vital importância para a região, mas não há como dissociar a caravana da campanha que se avizinha. Sob o sol inclemente do sertão, porém acomodado em instalações luxuosas, bebendo uísque e comendo risoto servido por um séquito de 20 garçons, Lula teceu loas ao próprio governo e disparou farpas aos adversários. Começou cutucando José Serra, a quem acusou de só se preocupar com o Nordeste às vésperas das eleições. O tom mais ácido, contudo, foi direcionado a toda a oposição.
– Pobre da oposição que não tem o que fazer. Eu acho que a ociosidade é uma das desgraças da humanidade – disparou.
Noves fora a virulência verbal, Lula não deixa de ter razão quando aponta a falta de rumo do PSDB e do DEM. Sem candidato definido, tampouco um programa alternativo ao do lulismo, a oposição se perde em contestações infrutíferas. Na próxima semana, ela pretende protocolar um pedido de informações à Casa Civil para ter acesso aos gastos da viagem do presidente ao Nordeste. Não vai dar em nada. Seria mais produtivo identificar os defeitos do governo Lula e a maneira como imagina corrigi-los.

Postado por Sucursal Brasília

Depois de retirar o nome da lista que pedia a criação da CPI do MST, Celso Maldaner (PMDB) voltou atrás. O deputado ligou para o gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM), um dos articuladores da investigação, pedindo para recolocar sua assinatura na relação de apoiadores da CPI. Maldaner foi pressionado em sua base eleitoral, formada basicamente por ruralistas. Antes, havia cedido à pressão do partido, integrante da base aliada de Lula. Maldaner preferiu não arriscar uma indisposição com seus eleitores.
– Ele disse que foi muito cobrado em Santa Catarina. Teve de mudar de opinião – contou Onyx.

Postado por Klécio Santos

Toda faceira, Ideli Salvatti (PT) levou a Michel Temer (PMDB) as recentes pesquisas ao governo do Estado. Pré-candidata e figurando na segunda posição em quase todos os cenários, a petista pediu o apoio do PMDB no Estado. Temer teria dito que não sabia que o nome da senadora já era consenso dentro do PT e prometeu se inteirar do assunto. O pedido de Ideli, contudo, beira a ingenuidade. Embora presidente licenciado do PMDB, Temer não tem influência no diretório catarinense. Uma ação dele no Estado, no máximo, poderia fortalecer a tese da candidatura própria à Agronômica.
Seria também um reflexo do acordo nacional PT-PMDB em torno de Dilma Rousseff. Uma candidatura solo do PMDB agrada o Palácio do Planalto, já que enfraqueceria o palanque de José Serra no Estado. E Ideli ficaria no lucro com a desidratação da tríplice aliança.

Postado por Klécio Santos

Viviane Cardoso

As explosões que abrem novos caminhos às águas do Rio São Francisco estão mudando o cotidiano da população sertaneja.
Enquanto operários constroem os dois canais que irão irrigar a região mais seca do país, agricultores trocam a incerteza das lavouras pela prestação de serviços ao empreendimento de R$ 6 bilhões do governo federal.
Em Salgueiro, Pernambuco, Paulo Manoel da Silva, 40 anos, morava ao longo dos eixos de transposição. Com a mulher e os três filhos, ele teve de abandonar a propriedade de quatro hectares para ceder espaço as 4,5 mil máquinas das construtoras. Paulo deixou o plantio de feijão e milho para trabalhar de pedreiro na Vila Produtiva Rural do Junco, onde constrói casas para famílias desalojadas pelo canteiro de obras.
– Como o sertão é seco, quando a chuva não vinha, a gente perdia tudo. Hoje tenho muita fé de que essa obra vai melhorar a vida da gente – diz Paulo.

A íntegra da reportagem você lê aqui

Postado por Sucursal Brasília