29 de janeiro de 2012 | N° 16962
ENTREVISTA Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência e Tecnologia
Por Fabiano Costa
Por Fabiano Costa
Por Fabiano Costa
Os repórteres da RBS em Brasília Fabiano Costa, Fábio Schaffner e Léo Saballa Jr. avaliam os desdobramentos da primeiro reunião ministerial do ano.
Em reação à perspectiva de redução nos gastos públicos para este ano, o governo negou ontem que o valor do orçamento a ser contingenciado esteja definido. Conforme o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo “ninguém no governo falou em cortar R$ 70 bilhões” das previsões de 2012.
Integrantes do governo, no entanto, já admitem nos bastidores que o corte pode alcançar os R$ 60 bilhões. Neste ano, o Planalto discute com a equipe econômica uma estratégia diferente de exercícios anteriores.
A presidente Dilma Rousseff está preocupada com os efeitos da crise financeira internacional e pediu, inclusive, que bancos públicos estudem medidas que possam estimular o crédito, influenciando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Dilma espera atingir uma taxa de crescimento de pelo menos 4% neste ano. Se for preciso, o governo lançará mão de mais medidas de estímulo para acelerar o mercado interno.
A transparência da máquina pública pautou parte da primeira reunião ministerial do ano, comandada ontem pela presidente Dilma Rousseff. Ela concedeu prazo de seis meses para que os ministérios apresentem ao Planalto um sistema de monitoramento dos seus programas, incluindo informações sobre a assinatura de convênios e contratos.
A ideia é disponibilizar dados sobre a execução e o andamento de projetos. Com a medida, o Planalto pretende exercer controle em tempo real sobre as ações de cada órgão.
O governo Dilma recentemente passou por desgastes envolvendo denúncias de irregularidades em gastos dos ministérios, sendo que suspeitas de corrupção recaíram principalmente sobre os contratos com organizações não governamentais.
Também teve que dar explicações a respeito do direcionamento de recursos do governo para redutos políticos de ministros. Em um discurso inicial de 30 minutos, Dilma afirmou que o projeto de transparência é transformador.
– É um projeto revolucionário, progressista e indispensável para a verdadeira reforma do Estado, não pela demissão de servidores ou da perda de direitos previdenciários, mas da gestão de um Estado mais profissional e meritocrático – afirmou.
Reunião contou com a presença de 36 ministros
Além de Dilma, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fez uma análise do cenário econômico internacional e avaliou as projeções para o crescimento interno. O Brasil, disse ele, será um dos poucos países do mundo a superar os números de 2011. Tombini acredita que os Estados Unidos devem apresentar um crescimento mais alto em relação a 2011 e que os países europeus, apesar de apresentarem cenários diferentes, devem registrar estabilidade. Sobre a China, a expectativa é que o crescimento seja alto, mas inferior ao de 2011. Dos 38 ministros, 36 participaram da reunião. Os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e Previdência, Garibaldi Alves, mandaram representantes. O novo ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, que assume hoje, também acompanhou o encontro.
À frente do Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo articula com o governo gaúcho um conjunto de medidas de enfrentamento à droga. Recursos federais devem ser aplicados, por exemplo, no treinamento de agentes sociais, aumento da oferta de leitos para tratamento dos dependentes e combate ao tráfico em pontos estratégicos.
Os repórteres da RBS em Brasília Carolina Bahia, Fabiano Costa e Léo Saballa Jr. analisam a encruzilhada política da presidente, divida entre cumprir a meta fiscal ou espalhar canteiros de obras nos redutos eleitorais dos aliados.
Por Fabiano Costa
O Itamaraty confirmou há pouco o número de brasileiros que estavam a bordo do navio que naufragou
ontem na ilha italiana de Giglio, região da Toscana, na Itália. Havia 47 passageiros e seis tripulantes do Brasil.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, todos os brasileiros foram resgatados e estão bem. O grupo estaria hospedado em um hotel da região. O consulado está emitindo passaportes para que os turistas possam seguir viagem ou retornar para o país. A maioria dos turistas não teve tempo de resgatar seus objetos pessoais durante a evacuação.
A companhia responsável pelo navio ainda não divulgou a lista de passageiros. O Itamaraty afirma que ainda não tem condições de precisar quantos gaúchos e catarinenses estavam na embarcação.
Entrevista Mohsen Shaterzadeh, embaixador do Irã no Brasil
Embaixador do Irã, Mohsen Shaterzadeh, diz a ZH que críticas de Dilma não alteram parceria com o Brasil
Zero Hora | 08 de janeiro de 2012 | N° 16940
Brasília
Por Fabiano Costa
Alçado a parceiro estratégico do regime dos aiatolás durante o governo Lula, o Brasil deixou a restrita galeria de países afinados com o Irã. O desalinhamento político com a presidente Dilma Rousseff fez o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, deixar Brasília fora de seu périplo de cinco dias pela América Latina a partir deste domingo. Mas por pouco tempo: o líder desembarcará no país, em junho, para participar da conferência Rio+20.
O contestado líder do Irã, considerado o inimigo número 1 dos EUA e de Israel, agendou escalas em quatro países: Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador. Já o Brasil, que em 2009 havia sido o principal destino do primeiro giro de Ahmadinejad pelo continente, sequer foi cogitado desta vez para a visita presidencial. O Itamaraty afirma que Teerã não procurou o governo brasileiro para tentar marcar compromissos com Dilma. Segundo autoridades iranianas, o líder persa priorizou a posse do colega nicaraguense, Daniel Ortega, e uma visita de cortesia ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, submetido a um tratamento contra o câncer.
A polêmica lua de mel do governo brasileiro com Teerã azedou após Dilma condenar, antes mesmo de ser eleita, as violações contra os direitos humanos no país do Oriente Médio. Ahmadinejad ficou incomodado especialmente com as declarações da presidente contra o apedrejamento de mulheres. Nos bastidores, integrantes da Esplanada confirmam o mal-estar entre os dois países. A avaliação é de que, desde que Dilma assumiu a Presidência, o Brasil passou a ser tratado por Teerã como um país “não amigo”. Em março do ano passado, Dilma sacramentou sua primeira mudança de rumo na diplomacia brasileira em comparação à gestão anterior, votando contra os persas em um organismo da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os narizes torcidos no Irã, entretanto, não constrangeram o governo brasileiro. Incumbida por Dilma de transformar o respeito aos direitos humanos em vitrine de sua administração, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) abriu um canal de diálogo com a oposição iraniana. Ela tem recebido em seu gabinete adversários políticos de Ahmadinejad, que buscam no Planalto apoio para combater a violência do regime teocrático.
Sob embargo da União Europeia e dos EUA, o Irã demonstra não ter interesse em tensionar as relações com o Brasil. Apesar do afastamento político, os iranianos conquistaram um lugar de destaque na balança comercial brasileira. As vendas para o país asiático somaram US$ 2,3 bilhões em 2011, aumento de 10% em comparação com 2010. Hoje, o Irã é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, atrás somente da Rússia.
Para evitar um eventual rompimento com Dilma, a chancelaria iraniana confirma a vinda de Ahmadinejad ao país para a conferência ambiental da ONU. Os governos dos dois países elaboram acordos bilaterais para serem assinados durante o evento.
Interlocutores de Dilma garantem que o Planalto não se sente constrangido de receber o cabeça de um regime que oprime mulheres, homossexuais e nega o Holocausto. O governo, contudo, prevê que a passagem de Ahmadinejad pelo país atrairá mobilizações de defensores dos direitos humanos.
– Os chefes estrangeiros que vierem à Rio+20, incluindo o presidente do Irã, terão de conviver com tranquilidade com eventuais protestos. Não haverá atitude condenatória às manifestações populares durante o evento – afirma a ministra dos Direitos Humanos.
Diário Catarinense
Edição de 4 de janeiro de 2012
Os repórteres da RBS em Brasília Carolina Bahia, Fabiano Costa e Léo Saballa Jr. avaliam as polêmicas pautas à espera de definições no Supremo Tribunal Federal, como o caso do mensalão.
Relatos com as principais notícias sobre política e economia, produzidas pela Sucursal Multimídia da RBS em Brasília. Bastidores, entrevistas, reportagens especiais e um olhar apurado sobre o comportamento das bancadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no Congresso Nacional
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