Na terça-feira, Sorondo será paciente de uma cirurgia dupla no Hospital Mãe de Deus. Fará uma reconstituição dos ligamentos do joelho direito e da clavícula, herança de uma queda na vitória do Inter sobre o São José, nesta quarta-feira, no Passo D’Areia. Na sexta, amparado pelo seu empresário, Walter Cirne, ele deu início à fisioterapia no Beira-Rio. Precisa fortalecer a musculatura antes das cirurgias. Fora de combate por seis meses, nessa entrevista a ZH, o zagueiro uruguaio atribui as lesões ao piso sintético do estádio. Revelou ter entrado em campo temendo uma nova lesão e que, ao cair, já sabia a seriedade da contusão. Aos 31 anos, o jogador não sabe explicar a sequência de problemas que soma desde 2007 no Inter. Apesar dos problemas, ele garante estar otimista com os próximos seis meses de recuperação. Confira os principais trechos da entrevista.
Zero Hora _ Como têm sido os seus dias desde as lesões?
Sorondo _ Estou tentando viver de forma positiva. A cabeça está muito triste. Só penso em realizar logo a cirurgia e começar a recuperação.
ZH _ Você fará uma cirurgia dupla (clavícula e joelho), não está preocupado?
Sorondo _ Na verdade, pedi para fazer as duas junto. Os médicos me perguntaram se preferia optar por um tratamento mais convencional para o ombro, mas precisaria usar um negócio nas costas, acho que uma espécie de colete, então optei pela cirurgia também. Até porque a recuperação será mais rápida. Talvez consiga voltar em cinco meses e não em seis.
ZH _ Você acredita em azar?
Sorondo _ Não sei se isso é azar, má sorte, ou outra coisa. Nunca havia sofrido lesões graves antes de chegar ao Inter. Não consigo explicar o que acontece.
ZH _ Você atribui as lesões ao gramado sintético do Passo D’Areia?
Sorondo _ Não vou negar que, com duas lesões sérias nos joelhos, eu estava temeroso de jogar na grama sintética. Tenho certeza que me machuquei por causa daquele piso. Na hora, senti o meu pé ficando preso na grama. Sabe aquela borracha utilizada embaixo do gramado? Foi aquilo. Me lesionei porque o meu pé ficou preso no chão.
ZH _ Você sentiu que a lesão havia sido grave?
Sorondo _ Sim. Na hora. Quando o Poisl me atendeu (o médico do Inter Carlos Poisl), disse a ele: “foi o cruzado anterior de novo”. Senti a mesma dor de quando rompi os ligamentos do joelho esquerdo, em 2007 (a sua primeira lesão grave no Inter). O Poisl ainda tentou me consolar, dizendo que talvez fosse o ligamento colateral, mas eu sabia do tamanho da lesão.
ZH _ O seu contrato com o Inter vence no final dessa temporada, você também pensa em voltar logo para tentar a renovação
Sorondo _ Sinceramente, agora não consigo pensar em outra coisa a não ser no joelho e na clavícula.
ZH _ Como serão os próximos meses? O que você fará para encarar a rotina de fisioterapia?
Sorondo _ Felizmente gosto muito de Porto Alegre e do ambiente do Beira-Rio. Me sinto em casa aqui porque a cidade se parece muito com Montevidéu. E isso facilitará as coisas. É difícil passar meio ano sem poder jogar e mantendo uma rotina de ir diariamente ao estádio apenas para tratamento. Mas estou encarando esse momento com otimismo, é o que me resta.
ZH _ Você gosta de rock e até toca guitarra. Qual será a trilha sonora para a recuperação?
Sorondo _ Ainda não sei, mas, com certeza, músicas que elevem o espírito e o astral. Elas serão importantes nesse período.
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