A duas semanas de seu retorno ao grupo principal do Inter, o zagueiro Sorondo, 31 anos, já projeta disputar a etapa final do Brasileirão. Após seis meses recuperando-se da cirurgia dupla de joelho e ombro, resultado de uma queda no gramado sintético do Passo D’Areia – em São José 0×1 Inter, no dia 23 de março -, o uruguaio naturalizado brasileiro mostra-se confiante no retorno ao time, agora com Dorival Júnior. Antes da dupla lesão, era titular com Celso Roth e vivia boa fase.
Sorondo ainda atribui ao piso artificial a sua contusão. Lembra que o pé ficou preso no gramado, travando o movimento e causando a queda, que resultou em ruptura de ligamentos de joelho e ombro direitos. Durante o período no estaleiro, entre as etapas de fisioterapia, passou 12 dias em Montevidéu e fez uma nova tatuagem: um desenho maori, que começa no braço e termina no ombro direito – o operado.

Zero Hora – Você ainda se arrepende de ter jogado no gramado sintético?
Sorondo – Muito. Na véspera do jogo, o Celso (Roth) pediu que eu testasse o piso. Não queria jogar, por causa das minhas outras duas cirurgias no joelho (ambas no esquerdo). Mas fiz o teste e, ao menos no “dois toques”, pensei que não haveria problema. Disse a ele (Roth): “tudo bem, vou jogar”. O Nei, que estava sentindo dores no joelho, não jogou. Fez bem. É impossível disputar uma partida de campeonato em um campo como aquele. Não jogarei mais em piso sintético. Na próxima vez, vou pedir para não entrar.
ZH – O contrato com o Inter se encerra ao final do ano. Já há uma negociação para renová-lo?
Sorondo – Te juro: ainda não comecei a pensar nisso. Só quero recomeçar a jogar logo e voltar a ser eu mesmo. Quero voltar em uma semana, mas o Élio (Carravetta, coordenador de preparação física) me pediu mais duas semanas, então, estou a 15 dias do retorno.
ZH – Você está há quatro temporadas no Inter e parou diversas vezes devido às lesões. De alguma forma, você sente-se em débito com o clube?
Sorondo – Em termos de dedicação e seriedade, não. Com relação às lesões, sim. O clube sempre me deu respaldo e foi muito correto comigo. Não me sinto em dívida, mas certamente poderia ter dado muito mais ao Inter se não fossem as lesões.
ZH – Pelo o que você visto do Brasileirão, quais as chances do Inter no campeonato?
Sorondo – Temos chances até mesmo de título. São nove pontos para o Vasco e temos time para brigar até o final.
ZH – Qual é a sua opinião sobre o “caso Bolívar”, que pediu para não jogar por um período devido às vaias?
Sorondo – Vaias e reclamações sempre acontecerão. Não será a última vez, com Bolívar ou com qualquer outro jogador. Mas ele fez o correto, sabe quem ele é, teve cabeça fria. Agora, voltará e precisará mudar isso.
ZH – Você entende que o Brasil deveria aumentar o número de estrangeiros por equipe (hoje apenas três podem jogar ao mesmo tempo)?
Sorondo – Isto seria bom até mesmo para aumentar a competitividade do futebol brasileiro. Com o potencial econômico do Brasil, ficaria fácil contratar ainda mais grandes jogadores sul-americanos.
