
Depois do Ceará, o Bahia. Se na Copa do Brasil o Inter de Abel Braga perdeu em casa e foi eliminado pelo clube da Série B, desta vez, na estreia da Copa Sul-Americana, foi o Bahia quem fez a festa no Beira-Rio. O Bahia, um dos sérios candidatos ao rebaixamento no Brasileirão, bateu o Inter por 2 a 0.
A decisão da vaga na Sul-Americana ocorrerá na próxima quinta-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Inter precisará ganhar por 3 a 1 ou 3 a 0 para se classificar. O vencedor do mata-mata enfrentará o vencedor de Huachipato (CHI) e Universidad Católica de Quito (EQU). Esta foi a terceira derrota seguida do Inter, que havia perdido para São Paulo e Atlético-MG no Campeonato Brasileiro.
Antes do jogo, Abel Braga recebeu uma placa pelos seus 300 jogos no comando do Inter. É o terceiro treinador da história do clube, atrás apenas de Cláudio Duarte (305) e Teté (327). Uma homenagem em um jogo no qual Abel jamais demonstrou grande interesse. Eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará, ele recebeu com muitas restrições a participação do clube no torneio continental.
Tamanho desdém foi castigado com a derrota em casa e com uma possível eliminação já na fase nacional da competição.
Atuando com o time misto, o Inter começou na pressão. Logo a um minuto, Valdívia encobriu Marcelo Lomba, mas a bola acertou o travessão. O Inter tentava envolver um Bahia também mesclado com titulares e reservas, mas sem o mesmo sucesso dos minutos iniciais. Os erros de passes e alguma lentidão na armação prejudicavam o ataque do Inter. A bola custava a chegar, devido à falta de sequência nas jogadas. Aos 18, porém, Wellington Paulista arriscou de fora da área e a bola acertou a trave uma vez mais.
Com o passar dos minutos, a qualidade da partida despencava como a temperatura, que já ia na casa dos 7º nas cercanias do Beira-Rio.
No duelo dos mistões, o de Abel Braga encontrava dificuldades para voltar à área baiana. Aos 42 minutos, o castigo. Emanuel Biancucchi, um dos primos de Messi, cobrou escanteio e o zagueiro Lucas Fonseca subiu soberano (marcado por Wellington Paulista) e cabeceou para o gol. Surpresa no Beira-Rio, o torcedor colorado voltava a ver o filme da Copa do Brasil, quando o Ceará venceu o Inter e encaminhou a eliminação de Abel no torneio.
Perdendo por 1 a 0, o Inter se desesperou, tentou reagir, e Alex acertou a trave uma vez mais, em cobrança de falta. Na saída para o vestiário, vaias e alguns aplausos.
No segundo tempo, Abel Braga sacou Ygor e colocou o atacante Leandro em campo. A intenção era empatar. Porém, com 30 segundos, levou o 2 a 0. Henrique levou a bola para a linha de fundo _ a bola saiu, mas o árbitro não marcou _ e cruzou para a pequena área, onde Diego Macedo empurrou para o gol.
O que era tática, virou apuro. Um desajeitado Inter se jogou ao ataque, deixando amplos espaços para o Bahia contra-atacar. Sem resultados práticos, Alex foi substituído por Alan Patrick, que havia algum tempo estava esquecido no banco de reservas. Nada pôde fazer. A torcida ainda tentou acordar o time em campo, aos gritos de “Sejam mais guerreiros”, mas já era tarde, Abel Braga havia desmobilizado a equipe para o torneio. E o final da partida, com 2 a 0 para o Bahia, mostrou um Inter conformado.
No sábado, o Inter voltará ao Brasileirão. Enfrentará o Palmeiras, no Pacaembu, com quase todos os demais titulares, poupados na Sul-Americana. D’Alessandro, suspenso, está fora.