
A Copa do Mundo em Porto Alegre chegou ao fim. O Beira-Rio, depois de receber os desfiles e golaços de nomes como Messi, Robben, Van Persie, Slimani, Benzema, Schürrle, Musa, Özil, Cahill, Müller, Aguero e companhia, agora, voltará às mãos do Inter. Pouco ficará de legado da Copa no estádio, mas mudanças estão a caminho.
A principal delas talvez seja o projeto de retirar ainda no primeiro turno do Brasileirão as cadeiras atrás dos gols – é possível que esta mudança já ocorra para o Gre-Nal de 10 de agosto. Assim, as torcidas organizadas teriam mais espaço para assistir aos jogos em pé – como ocorre com a Arquibancada Norte da Arena – o que não representará necessariamente redução no valor do ingresso.
- Este foi um pedido dos torcedores, que querem apoiar o time em pé, sem ficar sentados, mas não querem mais subir nas cadeiras, para não quebrá-las – disse a vice-presidente e diretora de patrimônio do Inter, Diana Oliveira. – Mas tudo isto também depende da aprovação dos Bombeiros e da Brigada Militar – acrescentou.
Há diversas questões a serem resolvidas pelo clube ainda. As diversas cadeiras interditadas pela Fifa, devido aos “pontos cegos” (foto abaixo) – com a colocação de um amplo mando verde sobre elas -, que não permitiam total visão do gramado, serão liberadas pelo Inter já para a retomada do Brasileirão em casa, contra o Flamengo, no próximo dia 20 de julho. Mas elas seguirão com problemas.

- Na verdade, aquelas cadeiras foram vetadas pela Fifa porque deixavam os torcedores que nelas sentavam com a visibilidade prejudicada. Eles precisavam levantar um pouco para ver melhor. Ponto cego é quando você não enxerga nada – comentou Diana, que seguiu com a explicação:
- A partir de agora, teremos que negociar com a CBF e com a Rede Globo para rebaixar as placas de publicidade, pois são elas que prejudicam a visão dos torcedores que sentam nestes locais que foram interditados. Vamos tratar disto imediatamente, mas não depende apenas de nós – afirmou o vice-presidente colorada.
Com a retomada destas cadeiras (as únicas retiradas em definitivo foram aquelas que ficavam ao lado das cabines de imprensa), mais a redução da área para os jornalistas, o Beira-Rio voltará a ter capacidade para 50 mil torcedores. No período de Copa, poderia abrigar no máximo 43.394 pessoas.
Uma questão sem solução é a chuva nas primeiras fileiras de cadeiras. Diana Oliveira argumenta que não há o que fazer com relação a isto. A arquitetura do novo Beira-Rio não permite cobrir todas as arquibancadas. Na decisão as oitavas de final, entre Alemanha e Argélia (foto abaixo), os voluntários precisaram secar até a 10ª fileira de cadeiras, que estavam molhadas por causa da chuva e do vento.

- Não há o que fazer com relação a isto, seguirá chovendo em algumas cadeiras e também na área dos cadeirantes, que ficam próximos ao gramado. Em dias de chuva, os cadeirantes que quiserem serão realocados para a superior e para as cadeiras Vip. Uma chuva forte com vento pode molhar toda a inferior – afirmou Diana.
Na próxima semana, o Inter receberá os “carrinho de luz” que foram importados da Suécia, a fim de preservar o gramado do estádio durante o inverno. Há um ponto no Beira-Rio, na área do escanteio, em frente à antiga social, onde a cobertura não permite a chegada dos raios de sol. Os carrinhos já passarão a ser utilizados na semana que vem. O clube ainda recebeu do COL (Comitê Organizador Local) máquinas e tanques de gelo para o tratamento dos jogadores após as partidas, que permanecerão instalados nos dois vestiários. Além disso, no local onde estavam as estruturas temporárias, o Inter voltará a contar com estacionamento – como ocorria antigamente, em parceria com a EPTC.
- Além da visibilidade que o Beira-Rio teve com a Copa, o Mundial nos deixou uma experiência profissional espetacular. Em termos de complexidade, a obra do Beira-Rio já atingiu o seu pico. Algo que ainda vamos conversar com a Prefeitura é a retomada do Caminho do Gol (uma linha reta, do Mercado Público, via Borges de Medeiros até o Beira-Rio) para dias de grandes jogos – concluiu Diana Oliveira.