Oficial: déficit do Inter em 2014 foi de R$ 49 milhões. Clube enxugará R$ 20 milhões em custos
13 de março de 2015 15O balancete de 2014 do Inter já tem um número oficial. O do déficit: R$ 49 milhões. O número, recorde para o clube, obrigará a atual gestão a seguir reduzindo custos, a demitir funcionários e afetará também os investimentos no futebol para o segundo semestre. Segundo o planejamento para a temporada, a meta é diminuir o “Custo Inter” em R$ 20 milhões até dezembro.
- Ainda não recebi o balancete, mas estamos fazendo uma reengenharia para poder trabalhar com um déficit de R$ 50 milhões. Temos que adequar o nosso fluxo de caixa a esta nova realidade – admitiu o vice de finanças, Pedro Affatato.
Conforme o dirigente, desde janeiro, a atual gestão vem realizando cortes mensais nos gastos do clube.
- Desde que assumimos, já reduzimos em quase R$ 1 milhão ao mês. E precisamos terminar o ano com uma redução de custos na casa dos R$ 20 milhões. Haverá demissões e redução de quadro – afirma Affatato.
E há exemplos. Somente para abrir o Beira-Rio em dias de jogos, houve uma redução de R$ 150 mil por partida (até o ano passado, custava R$ 350 mil para recebe jogos no estádio), com funcionários dobrando funções, a fim de compensar um quadro funcional que vem sendo enxugado. Profissionais da base também já deixaram o clube ou estão sendo substituídos.
- Estamos fazendo tudo isto para que o futebol seja minimamente afetado. Mas haverá alguma interferência, sim. Vamos reduzir custos, sem sucatear o futebol – comentou o vice de finanças do Inter.
Giovanni Luigi explica as contas
Presidente colorado por quatro anos, e que deixou o cargo em dezembro, Giovanni Luigi, entende que a situação econômica do Inter não é grave como este número aparenta. Ele alega que quase 80% do déficit se deve a “lançamentos contábeis e econômicos”, que não representariam custos para o clube. Entre eles, R$ 25 milhões a título de “depreciação de passes de jogadores” (o valor do atleta via diminuindo, conforme o seu contrato vai se aproximando do final com o clube), mais R$ 12 milhões de “diferenças cambiais”, entre outros lançamentos contábeis.
- A situação financeira do Inter é boa comparada a outros clubes brasileiros – declarou Luigi. – Mas, é claro que foi um ano difícil, pois apenas o Otávio foi vendido (ao Porto). Pelo bem da campanha no Brasileirão, deixamos de vencer Aránguiz e Valdívia – acrescentou.
O ex-presidente, que no ano passado viu aprovada com ressalvas pelo Conselho Deliberativo uma suplementação orçamentária de R$ 59,3 milhões, rebateu a informação de que toda a verba da TV de 2015 (R$ 45 milhões) foi adiantada no ano passado:
- Antecipei R$ 15 milhões e cheguei a pagar de volta duas parcelas. Ou seja: antecipei R$ 13 milhões.
Giovanni Luigi alega ainda que renegociou e passou a pagar com regularidade toda a dívida fiscal do Inter, que hoje está na casa dos R$ 129 milhões.
- Mas, se o Proforte for aprovado pela Câmara dos Deputados (o projeto de lei está tramitando em Brasília, com possibilidade de acordo junto ao governo federal), esta dívida cairá para R$ 90 milhões – afirmou.
Pessoas ligadas à gestão Luigi alegam ainda que as contas de Vitorio Piffero, em 2010, teriam atingido um alto déficit também, caso a venda do Estádio dos Eucaliptos (por R$ 28 milhões) não tivesse sido considerada no balancete.
As contas de 2014 serão apreciadas e votadas pelo Conselho Deliberativo no mês de abril.