Estela Benetti

A montadora chinesa de caminhões Sinotruck, subsidiária da China National Heavy Duty Truck Group Company, assina hoje, em São Paulo, protocolo de intenções para a instalação de uma fábrica em Lages. Quem está à frente das negociações para trazer a unidade, que vai gerar cerca de 1,1 mil empregos diretos, é o secretário de Estado de Assuntos Estratégicos, Paulo Costa, o Costinha.

Durante a assinatura do protocolo de intenções com a montadora chinesa de caminhões Sinotruck, subsidiária da China National Heavy Duty Truck Group Company, em São Paulo, o governador Raimundo Colombo (D) recebeu de presente do vice-governador da província de Shandong, Cai Limi (D), uma pintura em seda com três cavalos (foto). Para os chineses, a imagem representa sucesso e prosperidade.

Empenhado em desenvolver mais Lages e região, a sua terra, o governador Raimundo Colombo, sempre que pode, convida empresas para se instalarem no município. Nesse esforço, conta com outros lageanos no governo, o próprio Costinha; mais os secretários da Fazenda, Nelson Serpa; e de Comunicação (ex-presidente da SCPar), Ênio Branco; e o presidente da SCGás, Cosme Polese.

Colombo só não concordou com a sugestão de construir uma residência de inverno ou de campo para o governo do Estado na Serra Catarinense, em São Joaquim ou Urubici, porque avaliou que isso traria mais custos ao Estado. Mas em outros estados onde os governos instalaram residências de inverno, como o Rio Grande do Sul, em Canela; São Paulo, em Campos do Jordão; e no Rio de Janeiro, em Petrópolis (residência imperial). O empenho do governador e equipe é necessário porque a região de Lages, nos últimos anos, foi uma das que mais emitiram migrantes para as maiores cidades do Estado e é importante descentralizar o desenvolvimento, hoje muito concentrado no Litoral, Vale do Itajaí, Norte e região de Chapecó.

Foto de James Tavares, Secom.

A tarifa de gás natural deve aumentar em 5% para a indústria a partir deste mês. Os entendimentos foram concluídos na manhã de hoje entre os acionistas da SCGás, incluindo o governo de SC, Petrobras, Mitsui e Infragás, esta última que representa dos consumidores empresariais. O presidente da Infragás, Cláudio Ávila da Silva, explica que esse preço abaixo dos 11,31% solicitados inicialmente pela empresa foi possível porque a SCGás cedeu em função de exigências sobre o cumprimento do contrato. Como os preços internacionais de petróleo estão elevados, foi esse o reajuste mais baixo possível. Conforme Ávila, o governador Raimundo Colombo e o presidente do conselho da SCGás, Antonio Gavazzoni, foram muito sensíveis aos apelos da indústria, que enfrenta uma série de dificuldades para competir, especialmente com o dólar baixo e a concorrência internacional.

A resposta oficial sobre o reajuste será dada pela Agesc, agência reguladora do Estado, à tarde, após fazer uma avaliação. Ela vai decidir, também sobre o reajuste do gás natural veicular comercial, residencial e veicular, o GNV. O pedido da SCGás para esses segmentos é de 13%, mas a agência, quase sempre, tende a decidir por valor inferior.

Para a indústria, no período de julho a outubro será feita uma reavaliação com base nos preços de óleos internacionais para ver se será necessário um novo reajuste ou sobre a possibilidade de uma redução de preços. 

À mesa com empresários
Antes da série de compromissos de ontem, a presidente Dilma Rousseff jantou com empresários brasileiros na noite de domingo, em Washington. O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, que integrou a comitiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse que o assunto predominante foi a necessidade de mais inovação. É bom priorizar esse debate no país mais inovador do mundo. O Brasil precisa fazer muito mais em inovação, em várias frentes ao mesmo tempo, investindo em educação, pesquisa e desenvolvimento.
 
Prioridades
Brasil-EUA
O presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Côrte, que participou das reuniões empresariais nos Estados Unidos com a presidente Dilma Rousseff, domingo à noite, e com empresários americanos ontem, constatou que as oportunidades de negócios entre os dois países são grandes, mas as chances são maiores para produtos com tecnologia de ponta. Segundo ele, um dos temas cobrados pelos empresários para facilitar os negócios bilaterais é o fim da bitributação de lucros, com taxas que chegam a 60%.Isso dificulta investimentos brasileiros nos EUA. Os americanos manifestaram interesse em investir mais nos setores de energia, petróleo, telecomunicações e infraestrutura. Além dessa série de reuniões, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, virá ao Brasil na próxima semana, onde terá uma reunião na CNI. Conforme Côrte, ela sinalizou que, a médio prazo, poderá ser eliminada a exigência de visto dos brasileiros para ingresso nos EUA.
 
Em Harvard
e no MIT
O reitor da UFSC, Álvaro Toubes Prata, que foi painelista da conferência acadêmica Research, Innovation and th Labor Market, ontem, em Washington, é um dos principais assessores de educação e inovação da presidente Dilma, nessa viagem. Acompanha a presidente em Boston, nas universidades MIT e Harvard, ambas presididas por mulheres, Susan Hockfield (neurocientista) e Drew Gilpin Faust (historiadora), respectivamente. O ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, professor da UFSC, também acompanha a presidente.

As compras realizadas pelos consumidores em Santa Catarina ficaram acima do esperado nas duas semanas que antecederam a Páscoa. Levantamento feito pelo SPC/SC divulgado pela Federação das CDLs do Estado mostrou aumento de 4,96% em relação ao mesmo período do ano anterior. A própria entidade estava mais pessimista, projetava crescimento de até 3,5%. Na avaliação do presidente da FCDL, Sergio Medeiros, o resultado reflete um momento de confiança dos consumidores após mais uma redução da taxa básica de juros Selic e do anúncio de novas medidas para estimular o consumo.