O mundo moderno, com mais mulheres no mercado de trabalho e o alto custo de vida derrubaram rapidamente a taxa de natalidade no Brasil, a exemplo do que ocorreu no exterior. Isso significa, no futuro, menos profissionais jovens no mercado de trabalho, mais custos com aposentadorias e risco de menor crescimento econômico. A situação do Brasil é mais preocupante, porque aqui a produtividade do trabalho vem crescendo menos do que a média dos países de Primeiro Mundo e em desenvolvimento que competem conosco.
Segundo dados do IBGE, em 1970 cada mulher brasileira tinha em média 5,8 filhos. Hoje o número caiu para 1,77 filho e, em 2034 vai estabilizar em 1,5. Em Santa Catarina, a exemplo dos demais Estados do Sul e Sudeste, a taxa já está em 1,6 filho e cairá para 1,45 em 2034. Muitas mulheres da classe média brasileira que estão no mercado de trabalho dizem que terão apenas um filho porque é muito caro oferecer educação de qualidade em escolas particulares. Esse é o principal entrave, apesar de crianças também exigirem dedicação em casa.
Com menos jovens, a saída para o Brasil seria oferecer ensino público gratuito de alta qualidade para todos, desde a pré-escola. Assim, os futuros trabalhadores seriam mais inovadores e produtivos. Mas a evolução da educação está aquém do desejado frente a outros países.
Produtividade maior compensaria
Na economia, produtividade significa o quanto de riqueza cada trabalhador pode gerar. Para se ter ideia, nos anos de 1980, a produtividade do trabalho nas nações mais ricas era de 180% a 200% superior à brasileira. Atualmente, está em cerca de 200%.
Tema preocupa países asiáticos
O baixo número de filhos preocupa diversos países, especialmente da Ásia. Na Coreia do Sul, a média é 1,3 filho por mulher. Elas fogem do casamento porque, além de trabalhar fora, precisam cuidar dos filhos, da casa e dos sogros idosos. Outra agravante da Ásia é que lá a vida civil segue conservadora. Para ter filhos as mulheres têm que casar. Não fazem produção independente como no Ocidente.