Faraco

Ouvindo a entrevista do superintendente de Futebol do Figueirense, Cléber Giglio, ontem, tive a nítida impressão de que o departamento de Futebol do clube não sabe muito bem o que quer em relação ao perfil do novo treinador. É normal que isso aconteça quando se está em uma pressão de perda de clássico, entrada na zona de rebaixamento e com 12 rodadas para definir a temporada.

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Na verdade, o que o Figueirense quer é alguém que resolva o problema e quando a coisa é assim é mais difícil escolher. Se a direção do Furacão definisse um perfil do que quer seria mais fácil encontrar e descartar. E o futebol tem sido feito assim não só no Figueirense, mas na maioria dos clubes – é o contrata para ver se emplaca.

Não deu certo

A definição de perfil, ou a falta disto, foi o grande pecado na vinda de René Simões. Quando Argel Fucks saiu, o nome escolhido pela direção era Jorginho, que acabou acertando com o Vasco. Perdido em meio as escolhas e a necessidade de trazer um técnico para o início do returno do Brasileiro, René Simões apareceu como uma solução disponível no mercado. Aí houve um grande choque de realidade diante de um grupo que era conduzido por Argel, com uma energia de comandante de quartel, e seria comandado na palavra, no discurso, nos vídeos produzidos por René. Não houve aceitação! Não houve sintonia entre os jogadores e o treinador contratado. Além disso, o técnico exagerou nas mudanças – de filosofia – e desfigurou um time acostumado a competir duro.

Os favoritos

O torcedor quer a vinda de Vinícius Eutrópio, que foi campeão catarinense de 2014 com o clube e demitido logo no início do Brasileirão em uma saída bem conturbada. Falei com Vinícius ainda na quarta-feira à noite. Me disse que estava em Araras, São Paulo, e que estava tranquilo e aberto a propostas depois da saída da Chapecoense. Não confirmou nenhum contato com o Figueirense. Tentei conversar com ele ontem, mas desta vez respondeu rapidamente somente para dizer que estava num local em que não poderia conversar.

Outro nome que surge é o do técnico Marquinhos Santos, ex-Coritiba. Foi uma indicação do técnico Argel Fucks, quando saiu para o Internacional. Na tarde de ontem consegui confirmação pelo próprio Marquinhos que o superintendente Cléber Giglio havia entrado em contato com o procurador dele, o ex-meia Deco. Foi feita uma sondagem sobre a possibilidade da vinda de Marquinhos Santos. São os dois primeiros nomes que pintaram na mesa da direção alvinegra.

Entre esses dois, mesmo gostando do trabalho de ambos, acredito que Vinícius fecharia mais com o que o Figueirense precisa, já que é conhecedor do terreno em que vai pisar.