Faraco

A próxima temporada vai ser de mudanças e não de continuidade. É o cenário desenhado para 2016. Em quase todos os grandes. Joinville e Avaí caíram e vão ter que se ajustar a uma nova realidade financeira. O Criciúma já mudou, com a nova diretoria e as saídas no grupo de jogadores. Figueirense e Chapecoense também devem mexer mais. A Chape fará isto dando as cartas, pela boa repercussão e credibilidade alcançada com o trabalho. Além da questão financeira estável. Já o Figueirense deve mudar bastante porque são muitos os jogadores que ganharam mercado com a temporada realizada.

Atuação ruim, péssimo resultado

O Figueirense jogou fora um dos trunfos que tinha em relação aos adversários na corrida contra o rebaixamento. Tinha dois jogos em casa para fazer os pontos necessários para ficar na elite e não soube vencer o primeiro deles. O time jogou muito mal, bem abaixo das últimas partidas, e o pior, ficou sem resultado. O empate dá espaço aos concorrentes e deixa a disputa em aberto nas duas rodadas que restam. No jogo, o primeiro tempo foi desastroso, muito em função da marcação executada pela Chapecoense, muito pelo fraco desempenho de meio de campo do Furacão. Na segunda etapa, o alvinegro melhorou encurtando os espaços no meio e errando menos, mas não produziu quase nada. Agora é preparar muito bem o jogo do próximo final de semana, contra o atropelado São Paulo, que foi detonado neste domingo pelo campeão Corinthians.

Derrota contra Santa Catarina

O JEC não tem nada a ver com as missões de Avaí e Figueirense, mas a derrota para o Vasco também complicou ainda mais os representantes catarinenses na Série A. Primeiro porque confirmou o próprio rebaixamento do Joiville. Segundo porque manteve vivo um dos grandes adversários da dupla da capital – que foi ineficiente também – na disputa contra o rebaixamento. Foi um resultado que atingiu em cheio o futebol catarinense e pode ter reflexos mais a frente.

Muitos erros

O Avaí errou quase tudo na derrota para o Fluminense. Nos dois gols do Fluminense os jogadores do Leão colaboraram. No primeiro a pressão do tricolor veio depois de erro de Nino Paraíba, que estava sozinho e jogou uma bola tranquila para escanteio. No segundo escanteio da sequência, Gum marcou para o Flu. No segundo gol, quem atrapalhou foi Pablo, que devolveu uma bola dominada por ele dando nos pés de Cícero, que cruzou para Oswaldo marcar. Os erros marcaram a partida do Avaí – ofensivos também, pois Cavalieri fez só uma defesa durante a partida. É muito pouco pra quem precisa sempre do resultado. Agora o Avaí ficou na obrigação de vencer a Ponte Preta e ainda vai depender de resultados paralelos.

O formato do Catarinense 2016 deixa de lado a emoção, a tensão do momento decisivo, e corre o risco de não encher estádios. Não acho que o formato aprovado seja bom. Estadual tem que ter o atrativo da tensão das partidas decisivas e eliminatórias, tem que ressaltar as rivalidades, tem que mexer com o torcedor. Com pontos corridos de turno e returno, não há jogo decisivo. E quando houver uma decisão, será em apenas um jogo – pelo menos por enquanto, se não “arranjarem” outra data com a CBF.

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Considero que houve erro de avaliação dos clubes. Se fosse para fazer dentro de um parâmetro de justiça – que premia o mais competente e regular – então que se fizesse com pontos corridos diretos, sem campeão de turno e returno. O campeão sairia ao final dos 18 jogos, como é no Brasileirão. Mas não acho que fosse o mais correto.

Os clubes vivem reclamando que o Estadual dá prejuízos e correm um real risco de não ter rendas com esta fórmula. E quem tiver, vai ter por apenas um jogo – ou dois se “arranjarem” a data a mais com a CBF. Torço para o sucesso do Estadual, mas com este formato acredito que possa ficar sempre, no máximo, morno.

Me perdoem os matemáticos perfeccionistas e a matemática perfeita, mas quero afirmar aqui o que todo mundo vai saber: chega de fazer contas, pois a Chapecoense é Série A em 2016! Mandando em casa – foi a 9ª vitória na Arena Condá em 12 ao todo no campeonato – a Chape fez mais um resultado forte e carimbou sua permanência na elite.

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O Inter vinha forte em busca de G-4, mas ficou muito amarrado na boa marcação do Verdão. A expulsão do zagueiro colorado Juan foi o sinal para a vitória, com o gol de Ananias que viria logo depois. Cléber Santana mais uma vez foi o maestro, comandando tudo no meio e na defesa. A Chape é orgulho catarinense e foi o terror dos gaúchos no Brasileirão.

Chapecoense e Internacional têm construído uma história à parte no futebol brasileiro. Claro que o histórico placar de 5 a 0 do ano passado é a marca mais evidente. Foi um resultado que embalou a Chape para uma arrancada final na temporada passada, e que acabou destruindo o Internacional, na época ainda comandado por Abel Braga. Tanto é que teve jogador do Inter que chegou a chorar em campo, na partida seguinte – o meia Alex ficou emocionado na vitória sobre o Fluminense na rodada que veio logo após os 5 a 0 da Chape.

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Mas além de tudo isso, existe muito do Inter, que ressurgiu para o futebol de ponta do país há 12 anos, comandado pelo presidente Fernando Carvalho. Foi o mesmo Carvalho que veio a Chapecó dar consultoria aos dirigentes da Chapecoense quando eles tiveram a Série A pela frente como desafio. Dentro de campo é competição e os dois correm por pontos importantes na partida de hoje. A Chapecoense quer a garantia matemática da permanência na elite. O Inter quer pontos para seguir lutando por uma vaga na Libertadores. Vai ser jogão!

Muito aquém da disputa

A Chapecoense, ou seu torcedor, não pode cometer o erro de centralizar a partida numa disputa pessoal entre Sandro Pallaoro e Argel Fucks. O jogo é muito maior que tudo isso. Era algo que já acontecia antes, quando Argel estava no Figueirense, e nunca deu certo para o Verdão. Centralizar a questão nessa briga de frases e palavras, ou egos, é dar armas para Argel incendiar o vestiário do Inter.

Avaí e Figueirense têm partidas complicadas no final de semana. Mais uma vez são jogos decisivos. Contra o Cruzeiro, na Ressacada, o Avaí precisa ter a obsessão pela vitória. Só que enfrenta um adversário bem mais complicado. O Cruzeiro vive ótima fase. Mas com uma vitória, os três pontos deixariam o caminho para a permanência bem mais curto.

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A importância de fazer o resultado cresce porque depois dessa partida só vão restar mais dois jogos em casa para o Leão – contra Joinville e Ponte Preta. Então não dá para deixar passar. Mas o jogo do Figueirense tem elementos mais decisivos na conta do rebaixamento. Um empate é bom resultado, mas assim como no caso do Avaí é a vitória que faz a diferença. Por dois motivos: pelos pontos somados e por afundar um adversário direto do Figueirense e dos outros catarinenses. No caso do Alvinegro, ainda restarão três jogos em casa e isso ameniza o impacto do resultado. Perder vai ser muito ruim, mas não determina nada definitivamente para o Furacão. Analisando friamente, a pressão aumenta, mas ainda vai haver espaço para recuperação.

JEC e Chape

A Chapecoense joga no final de semana a permanência na Série A. Se vencer o Atlético-PR praticamente fecha a conta para emplacar o terceiro ano seguido na elite. Já o Joinville contra a Ponte Preta tenta seguir sobrevivendo. É o que o JEC tem conseguido fazer. O time do returno tem muitos méritos, mas ainda não conseguiu dar passos mais largos. São duas partidas bem abertas, apesar dos favoritismos de Chapecoense e Ponte Preta, diante do Atlético-PR e do Joinville.

Ah, aquela bola na trave! Ah, aquela defesa do Barovero! Ah, aquela furada do Túlio de Melo! O campeão da América nunca mais vai esquecer Chapecó. O River passou por um sufoco até o último minuto no Oeste. Faltou pouco para a Chapecoense levar a disputa para os pênaltis.

Confira a crônica da vitória da Chapecoense
Torcida é a principal personagem da noite na Arena Condá

O Verdão dominou a partida, e de forma bonita, principalmente no segundo tempo. Aquele golzinho danado no final da partida em Buenos Aires desequilibrou a disputa. A Chapecoense foi gigante. Foi o orgulho dos catarinenses, do futebol do Estado e do Brasil. A história vai contar o dia em que o campeão da América tremeu diante do Verdão e perdeu em Chapecó. Obrigado, Chape! Parabéns, Chape! Valeu muito!

Chegou o grande dia e a Chapecoense está dividida. A decisão que prioriza o Brasileiro é correta, mas ao mesmo tempo deixar o jogo de hoje contra o River Plate pela Sul-Americana em segundo plano não é uma opção. Não pode ser pelo tamanho da repercussão que ganhou esta partida. Vale vaga na semifinal da competição e vale a história.

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Olhando daqui, gostaria de ver a Chapecoense inteira e forte nesta noite – encarando com força máxima o campeão da Libertadores e tentando a vaga com todas as forças. Mas é claro que não dá pra deixar de entender o ponto de vista do dirigente. Só que acredito que a Chapecoense, independentemente desta decisão, vá ter sucesso na outra missão, que é permanecer na elite do Brasileirão. O caminho está muito sólido pra isso.

Enquanto quase todos se concentram na corrida do Brasileirão, a Chapecoense foca na história passando diante dos olhos esta semana. O jogo de volta da Sul-Americana contra o River Plate vai ser o assunto nos próximos dias e merece destaque.

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A Chape tem missão complicada, ainda mais porque o River costuma fazer grandes partidas fora de casa. Mas o que vai valer mesmo é aquilo que fica guardado na memória: que história os torcedores da Chapecoense vão ter para contar!

Que encruzilhada! Dois catarinenses frente a frente em um momento em que os dois precisam somar pontos fundamentais na disputa contra o rebaixamento. Mas não há saída mesmo. Os clubes do Estado chegaram a um ponto em que um luta contra o outro na mesma disputa dentro do Campeonato Brasileiro.
Se essa entidade chamada “futebol catarinense” tivesse o poder de administrar essa situação, diria que é hora de fazer a partilha dos pontos e que o Avaí está mais necessitado. Mas isso não existe.

Confira a classificação da Série A

É cada um lutando pelo seu e o torcedor querendo que o time dele afunde o do outro, e se salve logo. Digo isso para ressaltar que o jogo da Arena Condá pode ser o da salvação para a Chapecoense, que chegaria a 41 pontos e estaria às portas da Série A do ano que vem, ao mesmo tempo em que afundaria o Avaí rumo à Segundona da competição. E para o Leão poderia ser mais um passo importante, mas deixaria o Verdão de novo no bolo da disputa. Então não tem jeito! É cada um por si!

Maratona do Verdão
A Chapecoense tem mais time que o Avaí, mas tem algo que pode atrapalhar a equipe para o jogo deste domingo. O desgaste das viagens seguidas – são três jogos consecutivos longe de Chapecó, e a interminável jornada de volta de Buenos Aires, entre quinta e sexta-feira. Não há atleta que não sinta isso. A Chape pode ter prejuízos físicos na partida, mesmo com o ótimo e reconhecido trabalho do preparador físico Anderson Paixão. Tirando isso, a ausência de Cleber Santana, suspenso, é outro ponto que complica. Cleber, que não foi bem em Buenos Aires, tem sido o maestro da equipe. Mesmo assim, a Chapecoense tem grupo e segue sendo favorita para vencer a partida.

Quebra-cabeças de Kleina
O técnico Gilson Kleina vai mexer. Isso já ficou evidente na alteração que fez nos treinamentos durante a semana, com Antonio Carlos e Jubal formando a dupla de zaga. Emerson vinha realmente muito mal, apesar de todos reconhecerem nele um ótimo jogador. Está em má fase, o que acontece. Mas o sistema defensivo avaiano é que tem que ser trabalhado.
O Avaí é a defesa mais vazada do Campeonato Brasileiro e, se seguir tomando tantos gols, vai cair. Só que não pode ser só a mudança individual. Tem que haver ênfase no trabalho de proteção à defesa. Um resumo disso, de como tem que funcionar, pode ser definido com a aproximação das linhas de defesa e meio de campo.
Assim o Avaí, mais compacto, pode tirar o espaço para a Chapecoense exercer uma das principais características de alguns de seus jogadores, como Apodi – principalmente – que é a velocidade. O Leão da Ilha tem muitos problemas. Vai ter que se superar para conseguir o resultado.