
Três principais pilotos brasileiros na história da Fórmula-1, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna (em ordem de data dos oito títulos que conquistaram) são tema do filme “Era dos Campeões”, de Cesar Mello Franco e Marcos Bernstein.
O documentário conta a história das carreiras do trio e destaca a escalada do Brasil para chegar ao topo do esporte entre as décadas de 1970 e 1990 — o último título de um deles foi em 1991, com Senna.

Em entrevista ao Redação SporTV, Mello Franco comparou o domínio brasileiro à atual hegemonia de alemães e se disse “intrigado” sobre como o país conseguiu tal feito sem ter um automobilismo profissional.
Entrevistados pessoalmente pelos diretores, Piquet e Emerson revelaram histórias intimistas dos pilotos. Senna não foi entrevistado por razões óbvias (morreu em 1994). Em uma parte do vídeo, o Rato chora ao lembrar de quando não conseguiu evitar a morte do suíço Jo Siffert, após acidente em Brands Hatsch. Mas revela orgulho por ter apresentado Senna para equipes como Ferrari e McLaren.

Mello Franco analisou na entrevista, ainda, a rivalidade entre Nelson e Ayrton no fim dos anos 1980. Para ele, Piquet era “mais lógico” e “grande mecânico”, participando da transição da F-1 de algo “mais amador para profissional”, enquanto Senna se destacou, além das vitórias, por levar a preparação física para as pistas.
O documentário foi exibido no Festival de Cinema do Rio, possui veiculação no Canal Brasil e pode ser adquirido na internet. Confira o trailer:
Três comentários
1 – O documentário é muito interessante, vale a pena conferir.
2 – Desde 1970, o Brasil sempre teve um piloto como ícone em cada década. Emerson, Piquet e Senna foram nossas referências. No ano que vem, completaremos 20 anos sem ter tido um fora de série no grid. Claro que isso passa pela falta de estrutura do automobilismo brasileiro, mas é uma pena saber que, nesse período, tivemos dois pilotos submissos na Ferrari, apesar de talentosos e com potencial para serem campeões. O contraste de atitude para esse trio de peso (e campeão) é gigantesco.
3 – O domínio alemão não é mero acaso. Schumacher inspirou Vettel, claro, assim como o tetracampeão vai motivar outros. E o país ainda tem, nessa “safra”, Nico Rosberg e Nico Hulkenberg, por exemplo. Uma coisa puxa a outra, claro. Hoje, infelizmente, o Brasil não tem quem “puxe”. Não tem um Emerson para apresentar os novos talentos às equipes ou um “fera” para abrir os olhos dos times para o país.
Para encerrar, deixo uma pergunta no ar para debatermos aqui no blog: qual é o legado que Rubens Barrichello e Felipe Massa deixaram para os pilotos brasileiros?
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