GP do Brasil, em Interlagos, terá boxes novos e mudará local de largada a partir de 2015
30 de novembro de 2013 4Cenário do desfecho da temporada que consagrou Sebastian Vettel tetracampeão, o GP do Brasil de Fórmula-1, em Interlagos, prepara-se para uma transformação radical. Até 2015, o circuito que já foi palco de seis decisões de título nos últimos oito anos e de sete vitórias de pilotos brasileiros terá curvas, boxes e asfalto novos.
Selada em outubro, a renovação de contrato com a F-1 até 2020 prevê uma reforma tão grande quanto à estreada em 1990, quando o traçado encolheu de 7,9 para 4,3 quilômetros e garantiu o retorno da categoria a São Paulo, após nove edições da corrida realizadas no Rio de Janeiro, em Jacarepaguá.
Inaugurado em 1940, o circuito tem uma área de paddock de 3,9 mil metros quadrados, o que não é mais suficiente para a ampla estrutura dos times. Diante de reclamações e do contraste com as confortáveis áreas livres em outros autódromos da temporada, a readequação é uma exigência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
A principal novidade será a mudança no local de largada para a reta oposta, em 2015, onde serão construídos boxes, torre de controle e – ainda em estudo – arquibancadas fixas. Assim, o número de garagens saltará de 23 para 40, em uma área construída de mais de 20 mil metros quadrados, também modernizando controle de prova, pódio e setor de apoio técnico. Uma mudança significativa.
Como a reta oposta se tornará a principal, será alargada em 15 metros (para comportar o grid) e estendida em 200 metros (para facilitar o reingresso na pista). O acesso aos boxes deve ser feito na primeira perna do S do Senna — curva do atual traçado desenhada pelo tricampeão. O projeto também prevê recapeamento total do asfalto.
A inspiração para a reforma é o tradicional circuito de Silverstone, na Inglaterra, que passou por mudança semelhante em 2011. Em Interlagos, os boxes atuais não serão demolidos e poderão ser usados por outras categorias de menor porte, que ainda terão de se adequar ao intenso calendário de obras previsto para 2014.
Muitos criticam as reformas, mas a verdade é que a modernização será positiva. Além de estruturar o melhor circuito do país, trará mais conforto para pilotos, equipes e público. E para quem compara com gastos na Copa, vale lembrar que a reforma custará menos de 20% do que muito estádio em Estados que nem time de tradição têm.
Hoje, o GP em Interlagos tem retorno financeiro estimado pelo Ministério do Turismo, ao longo do ano, em R$ 230 milhões, acima dos cerca de R$ 170 milhões estimados para a obra. Remodelada, a pista estará pronta para escrever mais momentos históricos da F-1 no Brasil, que já conquistou oito títulos mundiais na categoria.
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