Fórmula-1

Em coma induzido desde 29 de dezembro, quando sofreu acidente de esqui nos Alpes franceses, Michael Schumacher começa uma nova etapa da recuperação. A porta-voz do alemão, Sabine Kehm, confirmou que os médicos estão reduzindo os sedativos para permitir que ele, enfim, acorde.

Ela frisou, no entanto, que trazer o heptacampeão de volta do coma pode levar um longo tempo. Isso indica que as lesões no cérebro estabilizaram e a pressão intracraniana já estaria se normalizando, permitindo um avanço no tratamento do heptacampeão.

No comunicado oficial, consta ainda que, para proteção da família, a informação sobre a redução dos sedativos só foi divulgada após a consolidação do processo, confirmada pela equipe médica.

Apesar disso, a condição de Schumacher permanece grave, mas estável. Na nota divulgada pela assessoria do ex-piloto, também há um apelo da família de Schumi por privacidade e um agradecimento aos fãs por tanta força e torcida para a recuperação do alemão.

Após oito temporadas na Ferrari, Felipe Massa trocará oficialmente o vermelho pelo azul nesta quinta-feira. O brasileiro testará pela primeira vez a Williams FW36, durante a pré-temporada da Fórmula-1 no circuito de Jerez de la Frontera, na Espanha.

Contratado para liderar a equipe inglesa, que acumula resultados pífios nos últimos anos — apesar da vitória surpreendente de Pastor Maldonado, em 2012 —, Massa já acompanhou os dois primeiros dias de treinamento, em que o companheiro Valtteri Bottas foi para as pistas.

O finlandês fez o terceiro melhor tempo na terça-feira(1m30s082), quando deu apenas sete voltas, e manteve a posição na quarta-feira (1m25s344), com 35 voltas. Hoje e amanhã, caberá a Massa a responsabilidade de desenvolver o carro da Williams nesta primeira bateria de testes.

Empolgado com a mudança, o brasileiro tem neste ano a grande oportunidade de renascer na categoria. Depois de encantar o mundo com exibições de gala e o vice-campeonato de 2008, Massa virou coadjuvante após Fernando Alonso ser contratado pela Ferrari.

Além de trocar de ares, Felipe assume pela primeira vez a condição de número 1 de uma equipe de forma indiscutível. Com ânimo renovado, experiência de sobra e diante das mudanças bruscas no regulamento técnico, o brasileiro tem tudo para ser uma das boas surpresas da temporada

As estreias de Felipe

2002 — Sauber
Em sua estreia na Fórmula-1, no GP da Austrália, conquistou um surpreendente nono lugar no treino. Na corrida, no entanto, acabou se envolvendo em um acidente e abandonou. Terminaria a temporada com apenas quatro pontos marcados, na 13ª posição no campeonato.

2004 — Sauber
Após um ano fora da categoria, reestreou pelo time suíço também em Melbourne. Após largar em 11º, abandonou com problemas no motor. Fechou o ano com 12 pontos, em 12º na temporada.

2006 — Ferrari
A primeira corrida de vermelho foi no Bahrein. Largou em segundo, mas terminou em nono, fora da zona de pontuação. Encerrou o campeonato com 80 pontos, em 3º lugar, com direito a vitória em Interlagos.

2014 — Williams
Pela primeira vez, Massa terá o status indiscutível de número 1. Apesar do desempenho pífio do time  nos últimos anos, o brasileiro vê as mudanças no regulamento como trunfo para voltar a vencer. Em GPs, o debut oficial será em 16 de março, na Austrália.

Crédito: Jorge Guerrero / AFP

O segundo dia da pré-temporada da Fórmula-1 terminou com a McLaren de Jenson Button na frente. Molhada artificialmente para testar os pneus de chuva, a pista desafiou pela manhã. À tarde, no seco, o inglês confirmou o bom desempenho desde cedo do time inglês.

Pela manhã, Button cravou 1m36094s, após 16 voltas, seguido da Williams de Valtteri Bottas, com 1m37s762. À tarde, o inglês manteve a dianteira e, com a pista seca, fechou o dia com a melhor marca: 1m24s165, após 43 voltas.

O resultado tranquilizou a McLaren, que não participou do primeiro dia de testes por problemas elétricos e hidráulicos.A equipe inglesa inda fechou o dia oficializando a contratação do francês Eric Boullier, ex-chefe da Lotus, para assumir a função de diretor de corridas.

Depois de liderar o primeiro dia, Kimi Raikkonen terminou em segundo lugar, com 1m24s812, em 47 voltas. Uma das boas surpresas do treino foi a Williams. Em apenas quatro voltas, Bottas fez 1m25s344, rodando 200 milésimos mais rápido do que Nico Rosberg, da Mercedes, que deu 97 voltas em Jerez.

Crédito: Jorge Guerrero / AFP

Quem segue na marcha lenta é a Red Bull. Após completar só três voltas no primeiro dia, Sebastian Vettel deu oito voltas nesta quarta. E sem marcar tempo. Velocidade, mesmo, só fora da pista: o alemão foi flagrado correndo nos boxes.

A decepção do dia foi, mais uma vez, a Marussia. Depois de adiar a apresentação do carro, a equipe informou pelo Twitter que teve outro problema. Por isso, o MR03, único modelo ainda desconhecido do grid, só deve ser lançado nesta quinta-feira.

No penúltimo dia da primeira bateria da pré-temporada, Felipe Massa estreará pela Williams. Nas outras equipes, destaque para o debut de Daniel Ricciardo na Red Bull, e de Kevin Magnussen na McLaren. E, claro, Fernando Alonso a bordo da Ferrari. Por essas e outras, a expectativa é de que os tempos sejam ainda mais baixos.

Tempos finais do segundo dia

1. Jenson Button (McLaren) — 1m24s165, em 43 voltas
2. Kimi Raikkonen (Ferrari) — 1m24s812, em 47 voltas
3. Valtteri Bottas (Williams) — 1m25s344, em 4 voltas
4. Nico Rosberg (Mercedes) — 1m25s588, em 97 voltas
5. Sergio Perez (Force India) — 1m28s376, em 37 voltas
6. Esteban Gutierrez (Sauber) — 1m33s270, em 53 voltas
7. Marcus Ericsson (Caterham) — 1m37s975, em 11 voltas
8. Sebastian Vettel (Red Bull) — 1m38s320, em 8 voltas

Foto Jorge Guerrero / AFP

Com pintura reluzente e bico fino, os carros da Fórmula-1 debutaram elegantes no circuito de Jerez de la Frontera, na Espanha, para a primeira bateria de testes da pré-temporada. Quatro equipes apresentaram seus modelos para o campeonato mais imprevisível dos últimos anos, que começa em 16 de março, na Austrália.

Isso porque as novas regras provocaram mudanças radicais. A maior delas é na aerodinâmica, em especial no bico. Como o regulamento fixou apenas a altura da peça, e não a largura, todas as equipes apresentaram variações. E é a diferença de desempenho entre o desenho escolhido que os testes prometem revelar.

Os pilotos ainda terão de se adaptar ao novo câmbio, que passou de sete para oito marchas, e a dosar o uso do novo sistema de recuperação de energia, que garantirá potência extra de 34 segundos por volta. Isso sem contar a convivência com os motores V6 Turbo 1.6 litros, ausentes desde os anos 1980.

Alternando sol e chuva, o primeiro dia terminou com a Ferrari na frente, seguida da Mercedes. Atual campeã, a Red Bull só deu três voltas. Recém-contratado pela Williams, Felipe Massa estreará só nesta quinta-feira.

Das 11 equipes, só a Lotus não participa dos treinos, que vão até sexta. Para esta quarta-feira, a expectativa é de duelos pela liderança e de muitos testes de confiabilidade, a maior preocupação dos times neste início de ano. Fora da pista, a maior atração é o lançamento do carro da Marussia, único ainda desconhecido.

O desempenho no primeiro dia

Red Bull

Atual tetracampeã, apresentou o RB10 com um bico discreto e design inovador do mago Adrian Newey. Uma das principais novidades foi o uso de uma pintura preta fosca para camuflar a extremidade da peça, feita de carbono. Na pista, porém, praticamente não deu as caras. Sebastian Vettel deu apenas três voltas em Jerez e não chegou a completar volta lançada.

Mercedes

Vice-campeã, lançou o W05 nesta terça. De bico mais conservador e carroceria com detalhes em preto, o novo carro foi a atração dos primeiros minutos de treino. Até Lewis Hamilton, na 18ª volta, perder a asa dianteira e bater na barreira de pneus. Outro destaque foi a homenagem a Michael Schumacher — a equipe pintou na carroceria a frase #KeepFightingMichael (Continue lutando, Michael).

Ferrari

Com a frase #ForzaMichael (Força Michael) na carroceria para homenagear o heptacampeão Michael Schumacher, a escuderia italiana começou com problemas. Kimi Raikkonen percorreu apenas dois quilômetros até o carro parar na pista. De volta aos boxes, o F14 T reagiu. Kimi foi o piloto que mais rodou no primeiro dia de testes e fez a melhor volta: 1:27:104.

Lotus

Divulgou no Twitter fotos do novo carro na sexta-feira. O bico parece um “garfo de churrasco” e difere dos demais. Por problemas financeiros e atraso no desenvolvimento do carro, é a única equipe que não participa da primeira bateria de testes.

McLaren

Lançou o carro na sexta-feira, carregando no prateado e com um bico pontiagudo. O MP4-29 enfrentou problemas hidráulicos e elétricos, deixando Jenson Button a pé. Deve aparecer na pista de Jerez apenas hoje, “nem que seja para dar apenas umas voltinhas”, repleto de expectativas.

Force India

Com design mais conservador e tendo como maior novidade o preto misturado às tradicionais cores branca, verde e laranja, o novo carro fechou o dia em quarto lugar, guiado pelo mexicano Sérgio Perez. Em 11 voltas, no entanto, o modelo andou seis segundos mais lento que a líder Ferrari.

Sauber

Após começar o dia com verificações de sistemas e testes mais suaves, o C33 com cor predominante preta e bico pontudo foi para a pista com Esteban Gutiérrez. Em sete voltas, o mexicano fez o sexto tempo, mas rodou 15 segundos mais lento que os líderes.

Toro Rosso

A filial da Red Bull apresentou um design parecido com o da Williams. Na pista, Jean-Éric Vergne deu 15 voltas e fez o quinto tempo. A melhor volta do francês, no entanto, foi nove segundos mais lenta do que os carros da Ferrari e da Mercedes.

Williams

Felipe Massa só pilotará o FW36 nesta quinta-feira. Na estreia em Jerez, Valtteri Bottas cravou o terceiro tempo após sete voltas. Com pintura azul escura e bico pontudo e maciço, a escuderia inglesa saiu confiante do primeiro dia de testes.

Marussia

Última equipe a confirmar participação nos testes, a Marussia enfrentou problemas com o MR03. Após muitos testes e trabalho árduo na garagem, o resultado foi a necessidade de adiar a apresentação do carro, que está prevista para esta quarta-feira.

Caterham

Apresentou o bico mais estranho e curioso até agora. Com o pior carro, a equipe malaia arrisca para tentar sair do fim do grid. No primeiro dia de testes, o estreante Marcus Ericsson pilotou o CT05, mas deu apenas uma volta e nem completou tempo.

Foto Fred Dufour / AFP

Maior campeão da história da Fórmula-1, Michael Schumacher ficou conhecido mundialmente pelo capacete vermelho nos áureos tempos de Ferrari. Mas muito antes de enfileirar o penta (2000 a 2004), o piloto usou o casco com detalhes em branco e com as cores da bandeira da Alemanha.

Vídeo produzido por um fã do alemão mostra a evolução dos capacetes desde a estreia, no GP da Bélgica de 1991, pela Jordan. Uma curiosidade é que, desde o início de sua trajetória na categoria, Schumi usou um casco que tinha sete estrelas no topo. E foi heptacampeão.

Em 19 temporadas na F-1, Schumacher correu por Jordan, Benetton, Ferrari e Mercedes. Venceu 91 corridas e conquistou 68 poles, recordes absolutos até hoje. Desde 29 de dezembro, o ex-piloto está em coma induzido após sofrer um acidente de esqui nos Alpes franceses.